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Zema diz que moeda dos BRICS é 'ideia de jerico' e volta a defender saída do bloco

Governador de Minas reage à fala de Lula e diz que Brasil deveria abandonar grupo formado por China, Rússia e países emergentes

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
04/08/2025 às 13:32.
Atualizado em 04/08/2025 às 13:57
 (FERNANDO MICHEL/HOJE EM DIA)

(FERNANDO MICHEL/HOJE EM DIA)

Prestes a lançar pré-candidatura à Presidência da República nas eleições do ano que vem, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar a proposta de criação de uma moeda comum entre os países do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira (4), Zema chamou de “ideia de jerico”a possibilidade, e defendeu novamente a saída do Brasil do bloco.

A fala de Zema ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomar o tema durante o Encontro Nacional do PT, realizado no último domingo (3). Na ocasião, Lula afirmou que não pretende abrir mão da criação de uma moeda alternativa ao dólar entre os países membros do BRICS.

Zema reagiu compartilhando o trecho da fala do atual presidente e escreveu: “Por que o presidente insiste nessa ideia de jerico? Ninguém é obrigado a usar moeda nenhuma. Os países negociam em dólar porque é forte e amplamente aceito. O Brasil não tem nada que defender moeda comum dos BRICS. O Brasil tem é que sair dos BRICS.”

Ferramenta últil para grupo de líderes

No fim do mês passado o governador, em um artigo publicado na Folha de São Paulo, argumentou que os Brics representam “uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos”.

Na avaliação do governador, o alinhamento do Brasil com o BRICS é um dos principais motivos do tarifaço anunciado pelo governo Trump para os produtos nacionais importados pelos EUA. 

“Não há nenhum elo cultural ou geográfico entre seus membros. Tampouco é um bloco comercial. Não há zona de livre-comércio, não há acordos tarifários nem fluxos privilegiados de investimento”, afirma Zema.

Zema considera que o Brasil deveria trabalhar para ingressar em outra entidade: a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que conta com 38 países-membros, incluindo nações da Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia. 

O Brasil entrou para o BRICS em 2009, quando também faziam parte do grupo a China, a Rússia e a Índia. Em 2011, a África do Sul aderiu à organização. No ano passado, ingressaram Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Etiópia. Neste ano foi a vez da Indonésia.

O grupo está atualmente sob a presidência do Brasil e a última reunião de cúpula foi realizada no Rio de Janeiro, no início de julho. 

“O Brasil tem todas as credenciais para ocupar um lugar de protagonismo no mundo. Somos uma potência agroambiental, mineral e energética, com a sétima maior população do planeta e uma das maiores extensões territoriais. Não precisamos nos apoiar em regimes autoritários para sermos ouvidos. E muito menos nos submeter ao papel de porta-voz de um bloco ideológico recheado de ditaduras”, completou Zema no artigo.

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