Polo Educacional da Favela de Heliópolis vai virar CEU

Adriana Ferraz
16/07/2013 às 09:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:05

O Polo Educacional de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, ganhará a bandeira de Centro Educacional Unificado (CEU). A gestão Fernando Haddad (PT) iniciou neste mês a construção dos últimos três prédios previstos no projeto original do espaço, desenvolvido pelo arquiteto Ruy Ohtake em 2006. Orçadas em R$ 29,3 milhões, as obras preveem uma biblioteca, um ginásio esportivo e uma torre para uso social.

Licitada ainda no governo de Gilberto Kassab (PSD), a unidade fará parte da lista de 20 novos CEUs prometida por Haddad ainda na campanha eleitoral. Projetados como uma espécie de "puxadinhos" de equipamentos existentes, como clubes escola e centros comunitários, os futuros polos serão mais baratos, menores e mais perto da área central - os bairros da Mooca e Tatuapé, por exemplo, estão contemplados na proposta do petista.

O futuro CEU Heliópolis será uma adaptação do polo educacional da comunidade, formado atualmente por duas escolas municipais, três creches, um teatro infantil, um centro cultural e uma Etec (Escola Técnica Estadual). Em funcionamento desde 2009, o complexo recebe cerca de 10 mil pessoas por dia.

"É uma satisfação saber que a Prefeitura vai complementar esse projeto, que vem sendo desenvolvido há sete anos, em parceira com todas as últimas gestões. Tudo começou ainda no governo da prefeita Marta Suplicy (PT), quando identificamos o potencial dessa área, que na época era apenas um enorme matagal", conta Ohtake.

A biblioteca será o primeiro prédio a ser entregue à população. Para a conclusão do projeto, Ruy Ohtake desenhou novos acessos, como uma rampa para facilitar a entrada e saída de cadeirantes e idosos. A terceira idade, aliás, ganhará uma sala na chamada "torre da cidadania", prédio de seis andares que aproveitará o desnível do terreno de 36 mil m².

Para a gestora do atual polo, Arlete Persoli, a proposta é bem-vinda, desde que obedeça às características originais do projeto. "Aqui, a concepção das atividades é feita com participação popular. Temos interesse em ver esse espaço virar um CEU, até porque essa é a vocação dele, mas a relação com a comunidade deve ser mantida", diz.

Sem muros

O Clube da Comunidade Tide Setubal, em São Miguel Paulista, na zona leste, também faz parte da lista de Haddad. Formado por um conjunto esportivo, um telecentro e um ponto de leitura, o espaço será integrado fisicamente a duas escolas municipais e um minibalneário localizados no quarteirão vizinho. Para a concepção do futuro CEU Tide Setubal, os muros serão derrubados e parte dos prédios, reformada.

O anúncio à comunidade já foi feito pelo prefeito, que também pretende construir ali um teatro. De acordo com a presidente do conselho da Fundação Tide Setubal, Maria Alice Setubal, a ação de integração dos trabalhos, além de ampliar o tempo de permanência do aluno no espaço, dará também maior diversidade às atividades. "Esse princípio já está presente em diversas redes, mas precisa ganhar mais impulso, pois existem muitas ações esportivas e culturais acontecendo na periferia que podem e devem contribuir para a o desenvolvimento da educação", diz Maria Alice.

Situação semelhante é programada para ocorrer nas ruas Taquari, na Mooca, e Monte Serrat, no Tatuapé - ambos na zona leste. Os locais já abrigam clubes escola, sob o comando da Secretaria Municipal dos Esportes, e a partir do ano que vem vão receber prédios extras, direcionados à Educação e Cultura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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