Por risco de Covid-19, trabalhadores da UFMG devem entrar em greve na próxima semana

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
21/01/2022 às 17:08.
Atualizado em 26/01/2022 às 00:12
Durante todo período da pesquisa também será medido a glicemia dos voluntários, por dispositivo de medida contínua de glicose sanguínea, que permite avaliar qual o melhor horário do dia para praticar exercícios, a fim de otimizar a capacidade cognitiva em pessoas com DM2 (Marcílio Lana / UFMG)

Durante todo período da pesquisa também será medido a glicemia dos voluntários, por dispositivo de medida contínua de glicose sanguínea, que permite avaliar qual o melhor horário do dia para praticar exercícios, a fim de otimizar a capacidade cognitiva em pessoas com DM2 (Marcílio Lana / UFMG)

Técnicos administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) devem entrar em greve na próxima quarta-feira (26). A decisão foi aprovada durante uma assembleia realizada nesta sexta-feira (21). O movimento é coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), que convocou ainda trabalhadores do Colégio Técnico (Coltec) da UFMG.

Segundo a coordenadora-geral do Sindifes, Cristina del Papa, a principal reivindicação do sindicato é que os funcionários tenham melhores condições de trabalho. Para isso, as instituições de ensino devem garantir um ambiente com segurança sanitária, sem alto risco de infecção por Covid-19.

De acordo com Del Papa, nas últimas semanas, setores como bibliotecas e administrativos precisaram ser fechados por 10 dias, pois funcionários foram contaminados pelo coronavírus. Ela conta ainda que, na semana passada, dezenas de trabalhadores e estudantes do Coltec foram afastados por causa de um surto de Covid-19 no colégio.

A presidente do Sindifes explica que, desde 10 de janeiro, o ensino passou de híbrido (presencial e à distância), para a totalidade da ocupação dos espaços físicos. A sindicalista alega que o ambiente de trabalho não é seguro e não cumpre os protocolos sanitário contra o vírus, como distanciamento entre as mesas de trabalho e espaços com ventilação.

Outra reivindicação de Cristina del Papa é que os profissionais permaneçam no formato de trabalho em horários alternados durante as oito horas diárias.

Não há período definido para a duração da greve, mas a categoria espera que a negociação com os gestores seja rápida. Nos últimos dias, foram realizadas duas reuniões com a reitoria da UFMG, mas nada foi decidido e, por isso, a greve foi aprovada. "Nós temos 72 horas pra comunicar a reitoria. Só a partir do momento em que estivermos em greve é que vamos buscar negociação com eles".

De acordo com o Sindifes, a reitoria disse que, em princípio, não há condição de atender às reivindicações, mas que iria estudar e avaliar outras medidas e conversaria novamente com o grupo.

Em nota, a assessoria da UFMG informa que, em 10 de janeiro, avançou para a etapa 3 de seu plano de retorno às aulas presenciais, que permite o planejamento das atividades acadêmicas e administrativas com ocupação dos espaços físicos da universidade, sem restrição em relação ao teto máximo de pessoas. 

"Desde 6 de janeiro de 2022, os servidores docentes, técnico-administrativos e profissionais terceirizados da UFMG já haviam se tornado aptos a tomar a dose de reforço da vacina (terceira dose) contra a Covid-19, de forma a propiciar um retorno seguro aos vacinados", explica a instituição.

Segundo a UFMG, a presença física nos espaços da Universidade está atrelada às medidas de controle sanitário, como uso obrigatório de máscara, distanciamento mínimo de um metro e cautela para evitar aglomerações. "O ensino híbrido emergencial, conforme autorização do Conselho Nacional de Educação, será mantido até o fim do segundo semestre letivo de 2021, que terminará em 25 de fevereiro de 2022. Em 26 de março, será iniciado o primeiro semestre de 2022, com previsão de ser realizado de forma presencial", diz a assessoria da universidade.

Sem comentar a greve do funcionalismo, a UFMG afirma que a solicitação de comprovante de vacina não está descartada e que o "momento exige muita atenção e cautela, mas também que os votos de confiança na ciência, que se mostrou tão fundamental no enfrentamento da pandemia, sejam mantidos e reforçados no atravessamento de mais esse desafio".

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