(Divulgação)
Documentos da Mossack Fonseca revelam uma rede de pelo menos 15 empresas, a maioria em paraísos fiscais, controlando os direitos de transmissão de jogos da Copa Libertadores, principal torneio de clubes do futebol sul-americano.
Contratos e comprovantes de pagamentos mostram que parte do dinheiro ganho com a competição era enviado para essas offshores.
O esquema é investigado pelo FBI, a polícia federal norte-americana, por envolver o pagamento de propina por meio de acordos com dirigentes da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol).
Os arquivos mostram a existência de pelo menos cinco offshores que não eram até o momento conhecidas pelas investigações ou não tiveram os nomes divulgados antes da publicação da série Panama Papers.
Essas offshores integravam uma malha de empresas com poder sobre os direitos de transmissão da Libertadores. Tinham força para direcionar valores recebidos de emissoras de TV para diferentes paraísos fiscais.
O centro do esquema era a T&T Sports Marketing Ltd, com sede nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal no Caribe. Essa offshore detinha os direitos de transmissão da Libertadores por meio de contrato com a Conmebol. Pelo acordo, pagaria entre US$ 22 milhões e US$ 27,8 milhões anualmente pelos direitos entre 2008 e 2018.
O contrato de cessão dos direitos para transmitir os jogos da Copa Libertadores assinado entre a Conmebol e a empresa T&T Sports Marketing Ltd dava amplo controle à offshore sobre regras essenciais do torneio, entre elas a decisão sobre locais e horários dos jogos e até sobre a escalação das equipes que disputam a competição.