Porto Alegre não tem mais vacinas contra gripe A

Tassia Kastner
12/07/2012 às 20:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:31

A cidade de Porto Alegre não tem mais vacinas para imunizar a população contra a gripe A. A Secretaria Estadual de Saúde do Estado não sabe informar se há vacinas disponíveis nos outros municípios gaúchos. A alta procura pela imunização levou ao fim da vacina. Porto Alegre registra, até esta quinta-feira, 31 casos de pessoas contaminadas com o vírus H1N1, com três mortes registradas. Ainda segundo o último levantamento da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, o Estado já soma 192 casos de pessoas infectadas com o vírus e 29 mortes em decorrência da doença.

O secretário de Saúde do Estado, Ciro Simoni, disse que o volume de vacinas disponível foi adequado e cobriu cerca de 27% da população gaúcha, de 10,7 milhões de habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado recebeu 2,7 milhões de doses, sendo 1,9 milhão enviado pelo Ministério da Saúde e outras 800 mil doses remanejadas de outros Estados, devido ao número crescente de casos da doença.

Simoni explicou que o Estado não tem vacinas de reserva para distribuir aos municípios e que o Ministério não sinalizou com a possibilidade de envio de novas remessas. "As vacinas são produzidas no exterior, sob encomenda. Quando o Ceará teve um surto de gripe A, no final do ano passado, ninguém mais tinha vacina", explicou Simoni.

Segundo a secretaria, os critérios para distribuição das 800 mil vacinas adicionais entre os municípios gaúchos foram técnicos, com prioridade para regiões com maior ocorrência de casos da gripe A. Porto Alegre recebeu 124 mil vacinas extras, Santa Rosa, 12 mil, e Cruz Alta, 15 mil. Simoni, no entanto, criticou os municípios que aplicaram as vacinas extras sem seguir os critérios do Ministério da Saúde de priorizar idosos, crianças de até dois anos e gestantes. "Nesses municípios, certamente não há mais vacinas. Naqueles que seguiram as orientações, algumas vacinas ainda podem estar disponíveis", disse.

O município de Santa Rosa optou por vacinar quem procurasse o posto de saúde, dando prioridade para as pessoas que estavam na fila e se enquadrassem no grupo sugerido pelo Ministério da Saúde. Segundo Kátia Kaffka dos Reis, enfermeira-chefe e responsável pelas vacinação na cidade, não havia mais vacinas. Com o fim das vacinas, a Secretaria de Saúde deve se voltar para o tratamento da doença com mais ênfase, estimulando as pessoas a buscarem os postos de saúde tão logo sintam os primeiros sintomas de gripe. O Estado já distribuiu 200 mil doses do antiviral Oseltamivir, conhecido com o nome comercial de Tamiflu. Outras 350 mil doses estão em estoque.
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