Postagem 'Ninguém solta a mão de ninguém' foi criada por tatuadora de BH; conheça a artista

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
29/10/2018 às 13:50.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:29
 (Reprodução Instagram)

(Reprodução Instagram)

A frase “Ninguém solta a mão de ninguém”, presente na imagem que ganhou as redes sociais desde a noite de domingo (28), foi criada pela tatuadora belo-horizontina Thereza Nardelli. Em poucas horas, o perfil da artista ganhou mais de 5 mil novos seguidores e sua imagem foi replicada por famosos, como Bruna Marquezine e Bruno Gagliasso.

Thereza conta que a imagem já tinha sido feita por ela há alguns dias e postada no dia 29 de setembro, no Instagram. Mas foi republicada por volta das 17h de domingo, horário em que as votações foram encerradas em Minas, e ganhou as redes sociais rapidamente. "Fiz a postagem porque quis passar uma mensagem de resistência e união, que me deu alento, num momento tão decisivo para o país", disse a tatuadora.

Ela conta que a ideia da imagem nasceu em uma conversa com a mãe, Lêda. “Essa foi uma frase que ouvi da minha mãe. Criei o desenho a partir dela e publiquei no Instagram, pois achei que era importante para esse momento político”, afirma Thereza, que disponibilizou a imagem para ser compartilhada livremente pela internet.

Segundo a tatuadora de 30 anos, desde a noite de domingo, têm chegado muitos pedidos para que o desenho seja eternizado na pele. A primeira tatuagem com a imagem "Ninguém solta a mão de ninguém" já foi feita, mas não pelas mãos de Thereza. A artista recebeu uma foto de uma mulher que teria feito a tattoo em uma perna. 

Confira a postagem que foi curtida por mais de 20 mil pessoas:

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Artesanal

Formada em Ciências Sociais e com dois anos de estudos na Escola Guignard (UEMG), Thereza fez mestrado na área de Comunicação Social. Sua dissertação foi sobre a representação visual da nudez feminina nas imagens digitais, quando usada em motes políticos. 

"No meio do mestrado comecei a tatuar por brincadeira.... eu fiz minha primeira tattoo num dia de estresse, e foi um coração voltado para mim mesma", conta. Depois ela tatuou familiares e amigos, percebendo que poderia seguir esse caminho profissional. 

Thereza está no mercado da tatuagem há um ano e meio, apostando em uma técnica artesanal, feita sem máquina, chamada de handpoke. “Me interessei pela técnica por gostar da estética punk e caseira, e também por ser mais acessível por não precisar da máquina, que custa caro. Persisti no handpoke, porque me apaixonei pelo processo de tatuar de pontinho em pontinho”, explica a artista, que desde abril atua no estúdio Pietà.

Segundo ela, este é um momento de resgate dessa técnica mais artesanal e muitas pessoas se interessam por experimentar novos processos. “Creio que o handpoke é mais suave, mais meditativo. Não tem o barulho da maquininha, e costuma doer menos, daí o processo fica menos doloroso e mais prazeroso”, diz a artista, lembrando que essa técnica tende a ser mais demorada do que a tradicional.Arquivo Pessoal / N/A

Thereza optou por uma técnica artesanal de tatuagem

Quem opta pelo handpoke acaba encontrando uma linguagem diferente entre a arte de se desenhar na pele. “Em relação ao aspecto final da tatuagem, as feitas com poke têm uma textura própria por serem, na verdade, uma sucessão de pontinhos ou tracinhos. Costumo achar que a tatuagem fica com um aspecto mais natural, como se fizesse mais parte da pele mesmo”, diz. 

Thereza não costuma realizar desenhos muito grandes (como fechar braços e pernas, por exemplo) e o preço pelo seu trabalho tende a variar entre R$ 200 e R$ 500, dependendo do tempo investido.

Confira vídeos que mostram o trabalho de Thereza:

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