PREÇOS EM BAIXA ACENDEM SINAL AMARELO PARA CRIADORES DE FRANGO

Jornal O Norte
17/06/2010 às 10:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:30

Impulsionado pela grande oferta no mercado interno, o preço do frango inteiro congelado na indústria atingiu R$ 1,90 em maio, podendo chegar ao prato do consumidor por menos de R$ 3. Somado aos preços em baixa no mercado interno, as exportações, que consomem 35% da produção nacional, ainda não recuperaram os níveis de 2008. Com isso, os avicultores do estado, que estão sustentando a produção com os preços em queda dos principais insumos da atividade, como milho e farelo de soja, acendem a luz amarela e reivindicam a isenção dos impostos federais Pis e Cofins, conforme ocorreu com a carne bovina, no fim do ano passado.

Segundo a Avimig - Associação dos avicultores de Minas Gerais, enquanto o custo da produção varia de R$ 2,60 a R$ 2,80, o quilo do frango chega a ser vendido no mercado até por R$ 1,99.

- Para suportar esses preços e continuar ofertando o alimento em grande quantidade, precisamos dessa isenção imediata, que vai significar uma queda de 4% nos custos do setor - defende o presidente da entidade, Antônio Carlos Costa.

Segundo ele, o país, que ocupa a primeira colocação na exportação mundial de frango, com a venda das aves abatidas para 151 países, está buscando soluções alternativas, como a expansão do mercado externo, mas a isenção dos impostos é a medida para sustentabilidade da cadeia a curto prazo.

- Este ano, o preço do milho desacelerou, mas sempre que isso ocorre, no ano seguinte há uma recuperação muito forte - diz Marília Martha Ferreira, diretora-executiva da Avimig.

Nos últimos 10 anos, o consumo brasileiro de frango saltou de cerca de 20 quilos por habitante para 42 quilos, superando o da carne bovina. O grande impulso foi dado especialmente pelo preço, que desde o início do plano real vem se mantendo em patamares abaixo da inflação. Segundo a Avimig, os volumes exportados pelo Brasil se mantêm estáveis, mas os valores registram queda de 16,8% em relação ao ano passado. O país comercializou US$ 1,3 bilhão, no primeiro trimestre.

Segundo o coordenador da assessoria técnica da Faemg - Federação da agricultura de Minas Gerais, Pierre Vilela, a avicultura vem conseguindo manter suas margens apostando na escala. Produtores de médio porte mantêm um abate médio de 30 mil a 40 mil frangos a cada 45 dias, enquanto os grandes abatem acima de 100 mil aves no mesmo período.

No ano passado, prevendo a queda do mercado externo e o desvio da mercadoria para a venda dentro do país, a associação brasileira de avicultura propôs uma readequação da oferta, com a redução da produção de pintinhos. No entanto, o mercado continuou com a produção em alta. Ao contrário dos números nacionais, as exportações mineiras de carne de frango, no primeiro trimestre, alcançaram uma receita de US$ 45,7 milhões, ou crescimento de 44,2% em relação ao mesmo período de 2009.

A maior preocupação no momento é com o futuro. Segundo Vilela, a crise financeira na Europa preocupa. A pesar de a avicultura contar com mercados diversificados, a redução das exportações pode provocar uma derrubada de preços no mercado interno. No entanto, no presente, as expectativas são positivas.

- Há uma perspectiva de recuperação de preços no mercado externo e o interno vive um momento de insumos em baixa. Outro ponto favorável é que a avicultura tem a característica de conseguir ajustar a oferta rapidamente, em 60 dias - comenta.

Fonte: Portal Agronegócios

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