Pré-sal, pesos e contrapesos da administração da Petrobras

Hoje em Dia
26/02/2014 às 06:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:17

Horas antes de divulgar, na terça-feira (25), seu balanço de 2013, a Petrobras comunicou um novo recorde alcançado em poços do pré-sal nas bacias de Santos e de Campos: 407 mil barris por dia. E afirmou que o tempo decorrido desde 2006, quando ocorreu a primeira descoberta de petróleo em camadas do pré-sal no Brasil, é inferior ao tempo que foi necessário, em outras importantes áreas de produção marítima do mundo, para chegar ao mesmo patamar agora anunciado.

Esse fato demonstra eficiência técnica da empresa e de suas contratadas ou associadas, mas também a elevada produtividade dos campos de pré-sal já explorados no litoral brasileiro.

Os 407 mil barris diários provêm de apenas 21 poços. A Petrobras se prepara para iniciar, nos próximos dois anos, a operação de oito novas plataformas e, desse modo, elevar para mais de 1 milhão de barris diários a produção de nosso pré-sal.

Há mais de um ano, a Petrobras vem sendo bombardeada por más notícias e se tornou alvo de desconfiança de investidores, em razão de seu alto endividamento e do freio imposto pelo acionista controlador – o governo federal – ao preço dos combustíveis, para evitar mais alta da inflação. Em fins de novembro, o governo autorizou aumento de 4% no preço da gasolina e de 8% do óleo diesel.

Embora criticada, a ingerência do governo na fixação desses preços é extremamente necessária. Pois, na prática, a Petrobras detém o monopólio na área do refino e ainda é a maior produtora de petróleo no Brasil. Por isso, não pode ser deixada à vontade para engordar o lucro dos acionistas e o valor da participação nos lucros, embolsado anualmente por dirigentes e demais funcionários da Petrobras.

O próprio governo, como acionista e arrecadador de impostos, necessita de boa dose de sabedoria para não afrouxar esse controle. Ontem a Receita Federal divulgou a arrecadação do governo em janeiro, incluindo os royalties do petróleo: R$ 123,66 bilhões. É um novo recorde mensal, depois de ter arrecadado em todo o ano passado R$ 1,13 trilhão – o que foi também um recorde anual. Tanto dinheiro ajuda o governo a resistir aos que só veem a Petrobras como fonte exclusiva de lucro, sem atentar para as necessidades dos brasileiros.

O bom desempenho na área do pré-sal é essencial para que a Petrobras possa triplicar a produção até 2035, meta anunciada no mês passado, durante o Fórum de Davos, pela presidente da estatal, Graça Foster. E para oferecer um contrapeso às previsões pessimistas e às notícias que insistem em classificar a Petrobras como a petroleira de capital aberto mais endividada do mundo.

Um grande portal de notícias na internet divulgou ontem mesmo outro contrapeso. O Centro Brasileiro de Infraestrutura calculou que os gastos da estatal com importações de gasolina e diesel subirão 140% até 2020...  

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