Preço do feijão deve baixar neste ano

Jornal O Norte
24/04/2008 às 10:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:31

2007 foi o ano em que o brasileiro, especialmente o assalariado teve dificuldades até para comer o prato nosso de cada dia; o feijão com arroz. O quilo do grão estava custando uma média de R$ 5 nas prateleiras dos supermercados. O jeito foi substituir o feijão tradicional pelo preto por vários meses.

A Emater diz que produtores familiares estão com boa produtividade de feijão no município de Montes Claros e certamente a colheita será farta, caso as intempéries contribuam. Segundo informações da Conab- Companhia Nacional de Abastecimento a previsão é que o Brasil produza uma média de 3,9 milhões de toneladas da safra de feijão, o risco da escassez e a alta do preço do produto ocorridas no Brasil no final de 2007 não deve se repetir este ano. Se as previsões da safra atual divulgadas pela Conab- no início deste mês se confirmarem, o País terá produção suficiente para abastecer o mercado interno.




(foto: ARQUIVO)

Na última safra de grãos o feijão apareceu com produtividade aproximada a 3,6 milhões de toneladas, valor anunciado em outubro de 2006.

A expectativa é que o consumo interno do feijão seja de 3,4 milhões toneladas, segundo análise do técnico da Conab, João Figueiredo Ruas.

- A previsão, entretanto, depende da colheita da segunda safra da seca e da terceira de inverno, que será semeada no próximo mês, afirmou.

No ano passado, a seca foi o agravante para que o preço do feijão, vale aqui destacar, a variedade carioquinha, ficasse nas alturas como disseram alguns analistas de mercado. Ainda em 2006 os preços do feijão conforme projeção de mercado, já indicava uma trajetória de recuperação em 2007. Isso foi confirmado no ano passado, quando o mercado precisou de mais grãos e tinha pouco no estoque. O produtor que plantou e conseguiu bons resultados, conseguiu vender seu produto, a saca de 60 quilos a até R$ 280, números que por ventura animaram milhares de agricultores a investir em feijão nessa safra. O medo que ainda assombra os produtores é a seca, apesar de a região Nordeste está debaixo de água, com chuvas intensas, o Norte de Minas recebeu poucas chuvas, o que ainda não afetou a produtividade, conforme a Emater regional de Montes Claros.

A cotação do feijão em 2006 perfazia a casa R$ 111, mas em 2005 o preço da saca recuou e chegou à margem dos R$ 58,6 a R$ 62, conforme o Ministério da Agricultura. Até o mês passado, a saca de feijão de 60 kg, que custava R$ 253 no atacado, em São Paulo, caiu para R$ 170. No Paraná, o valor pago ao produtor caiu de R$ 220 para R$ 138. A redução de preços e o maior poder de compra do brasileiro fizeram o consumo subir neste início de 2008, diferente do que aconteceu nos dos últimos anos.

CONTRAPONTO

Desde a primeira pesquisa, divulgada em outubro do ano passado, até o levantamento deste mês, os cálculos para safra de inverno nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul se mantêm estáveis.

A pesquisa realizada, no mês de abril, na região Centro-Oeste apresentou uma queda de 35,7 mil toneladas, saindo de 198,2 para 162,5 mil toneladas. Segundo o analista, a queda do preço neste início de ano tem levado alguns produtores a escolher o cultivo de milho, trigo e ervilha. - Nesta região as áreas irrigadas fazem com que o clima interfira pouco no plantio. Isso leva alguns agricultores a optarem por outras culturas mais rentáveis, ressaltou.

De acordo com João Figueiredo, o consumo do produto no Brasil tem diminuído nas últimas três décadas.

- Em 1970, cada trabalhador comia por ano 27 kg de feijão e hoje não passa de 16 kg. A opção por fast-foods e outros alimentos oferecidos nos restaurantes é uma das responsáveis.

AUMENTO DA SAFRA

Segundo o Mapa, o aumento de safra ocorreu nas duas primeiras colheitas brasileiras. A primeira, colhida entre novembro e janeiro, registrou 1,15 milhão de toneladas, 50 mil a mais do que no ano anterior. A segunda safra, colhida entre março e junho, foi 450 mil toneladas maior do que em 2005/2006, totalizando 1,43 milhão de toneladas. Já a terceira safra, colhida entre setembro e outubro, deverá ter queda de 10% em relação ao ano passado.

Na última avaliação do ministério, o Paraná é o maio produtor em volume, responsável por 31% da produção. O Nordeste por 26% do volume total, Sudeste por 16%, o Centro-Oeste por 14% e a região Norte por 4% da produção.(com agência)

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