Preço do feijão volta a subir

Jornal O Norte
14/10/2010 às 09:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:41

Janaína Gonçalves


Repórter

O preço do quilo do feijão nas prateleiras subiu cerca de 83% nas últimas três semanas. O tipo carioca passou de R$ 2,69 para R$ 4, em média. Segundo o Sindarroz/MG -Sindicato da Indústria do Arroz de Minas Gerais, que trabalha com grãos em geral, a expectativa é de que os preços continuem elevados até novembro.

ARQUIVO XU MEDEIROS





Preço do feijão pode chegar a R$ 5 nos supermercados.

O motivo do aumento é a estiagem prolongada no estado do  Paraná, um dos maiores produtores e exportadores de grãos do país, que provocou queda na oferta do produto, conforme informou a O NORTE o engenheiro da Emater - Empresa de assistência técnica e extensão rural, de Montes Claros, Robson Danilo Ferreira. 

Segundo ele, o Norte de Minas convive com a estiagem prolongada, o que  diminui a produtividade de grãos. 

- A estimativa é de que na segunda quinzena de novembro inicie a primeira safra do plantio de feijão na cidade, o que favorece a diminuição do preço, mas a colheita deste só acontecerá em meados do mês de janeiro e fevereiro de 2011 - diz.

O Ibrafe - Instituto brasileiro de feijão e legumes secos acredita que o preço bata os recordes de 2008, quando a saca de 60 quilos chegou a R$ 300. Atualmente, o preço da saca está em R$ 200. De acordo com o instituto, a saca aumentou 91,6% só no Norte de Minas e o valor do produto aumentou aproximadamente 57% nos últimos meses.

De acordo com o proprietário da mercearia Mineira, no Centro de Montes Claros, Geraldo Salles de Souza, a alta já é sentida desde o mês de junho.

- O varejo de bairro já está começando a repassar a alta para o preço do produto e já está vendendo o quilo do feijão em média por R$ 4 a R$5, o que antes custava em torno de R$2 - diz.

Segundo Souza, uma saca com 60 quilos está sendo vendida por uma média de R$ 230, quando o normal seria cerca de R$ 120. Ele explica que estes produtos que no período de safra são oriundos da própria região, agora têm que ser comprados de fora para manter os comércios.

Em uma semana, o alimento teve alta de mais de 60% em alguns supermercados. O produto, que é indispensável para muitos brasileiros, deve pesar no orçamento da dona de casa Romária Alves, 59 anos.

- Cheguei ao supermercado e levei um susto, esse aumento me pegou de surpresa - comenta.

Mesmo com custos elevados, as vendas do feijão não costumam registrar queda.

- Para combater o reajuste, sem tirar o produto da mesa, variem o tipo do grão a ser consumido - recomenda o vendedor Souza.

Entre os mais recomendados estão o feijão carioca escuro e o preto, que são, em média, 25% mais baratos que o convencional.

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