Preço do fumo gera discórdia entre produtores e indústria

Jornal O Norte
07/03/2009 às 10:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:52

Os produtores e a indústria fumageira  estão indignados com a escassez de crédito para financiar a aquisição da safra além disso, sofreu com o clima e houve perda de produtividade e queda na qualidade do produto.

Diante do impasse se organizaram nessa quinta- feira (5) em Brasília – DF, para buscar, junto ao governo federal, uma linha de crédito de R$ 2 bilhões, os produtores pedem mais diálogo, através da câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco.

Segundo a Fetraf-Sul - Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar,  há pelo menos 37 mil famílias, no estado, que produzem fumo, principalmente nas regiões centro-sul, centro-oeste e sudoeste.

Na região Sul do País, são cerca de 190 mil famílias. Segundo levantamentos da Federação, a atual safra do fumo, inicialmente prevista em 760 mil toneladas, aponta uma quebra de 20% em média. No Paraná, conforme dados do Deral - Departamento de Economia Rural, da  Seab - secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, a estimativa da safra 2008/09 é de 143.967 toneladas - uma queda de produção de 3% em relação à safra anterior (2007/08).

O secretário-geral da Fetraf-Sul, Marcos Rochinski, que também é representante da entidade na câmara setorial, diz que os produtores estão surpresos com a demora nas negociações, já que até mesmo os estoques internacionais estão baixos.

Mesmo assim, a entidade está orientando os agricultores a evitar vender cedo a safra e a se organizar para uma negociação coletiva. Rochinski informa que, mesmo com os problemas ocorridos durante a safra, há expectativa de reajuste de pelo menos 27% no preço do produto.

Rochinski ainda coloca em dúvida os problemas de crédito alegados pela indústria fumageira: - Já na safra passada, diziam que não tinham lucro, porque o comércio internacional estava ruim. O governo subsidiou a compra, e no final da safra a indústria teve lucratividade maior que muitos bancos, enquanto os produtores tiveram lucros mínimo - afirma.

Procurado, o Sindicato da Indústria do Fumo (SindiTabaco) esclareceu que não tem poder para responder, pelos seus associados, perante as representações dos produtores na negociação do preço do tabaco relativo à safra 2008/09. -Sendo assim, não atuará como interlocutor da indústria neste assunto, que deverá ser tratado individualmente por cada empresa - concluiu o comunicado.

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