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O gás de cozinha em Belo Horizonte e Região Metropolitana teve o maior aumento registrado este ano, conforme mostra a pesquisa do site Mercado Mineiro. O botijão de 13kg, comumente utilizado nas cozinhas domésticas já chega a R$ 90 em algumas regiões. Foram pesquisados 115 estabelecimentos do ramo na Grande BH nos últimos dias 13 e 14 de novembro.
É que nas refinarias da Petrobrás o reajuste do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ou gás de cozinha, vigente desde o dia 6 de novembro, é de 8,5% a mais do que o valor do último reajuste. Com isso, o botijão de 13kg passa a custar R$ 25,07 para os estabelecimentos.
Tendo em vista este valor, os estabelecimentos não conseguem repassar o aumento para o consumidor, o que, segundo o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, pode acabar gerando uma crise de mercado a longo prazo.
"Dos 115 estabelecimentos pesquisados, pelo menos 100 disseram que não estão conseguindo repassar o aumento para o consumidor. Com a alta do gás, as vendas não estão boas e os donos dos estabelecimentos acabam tendo que reduzir a margem de lucro, o que pode inviabilizar os seus negócios. Por causa disso, vários estabelecimentos podem fechar e, reduzindo a concorrência, o preço pode ficar ainda mais alto", explica.
Ele ainda aponta para a ocorrência de um enorme problema social que a alta do gás de cozinha deve gerar. "Muitas pessoas já estão deixando de comprar o gás e cozinhando no fogo mesmo, o que pode causar até acidentes. O valor do preço do gás registrado este mês corresponde a quase 10% do salário mínimo e isso atinge diretamente a população de renda mais baixa, principalmente. É a pessoa que carrega o botijão de gás nas costas e leva para a comunidade, é a dona de casa que cozinha as refeições para três filhos e o marido todos os dias", pontua Abreu.
Na Grande BH, o valor médio do botijão de 13kg que, em outubro era de R$ 70,70, hoje é praticado a R$ 71,85, isso quando o consumidor busca o produto no depósito. Quando o botijão é entregue em casa, o valor vai para R$ 78,18 atualmente, sendo que em outubro, era R$ 77,12. Já o cilindro de 45kg que custava pelo preço médio R$321,78, subiu para R$324,40.
Desde janeiro deste ano, o ajuste dos preços do gás nas refinarias acontece trimestralmente e esta é a segunda alta do ano. Em janeiro e abril houve redução do preço nas refinarias e em julho, um aumento, quando o gás passou a custar R$ 23,10 (o botijão de 13kg) para os estabelecimentos. O novo ajuste praticado desde o dia 6 de novembro configura uma alta de quase R$ 2,00 em relação ao último aumento.
Por meio de nota, a Petrobras atribui o aumento do gás no Brasil ao mercado internacional. "A desvalorização do real frente ao dólar e as elevações nas cotações internacionais do GLP foram os principais fatores para a alta. A referência continua a ser a média dos preços do propano e butano comercializados no mercado europeu, acrescida da margem de 5%", consta no comunicado.
O que fazer
"O jeito é pechinchar ao máximo", aconselha o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. "O consumidor pode tentar negociar com o varejista que é próximo a ele, e há também a possibilidade de se buscar o gás no depósito para não pagar a taxa de entrega, o que pode embaratecer o produto. Mas tem que ver se compensa, porque às vezes atravessar a cidade para se buscar um gás quando acaba sendo inviável", explica.
Outra dica é pesquisar. Na Grande BH, por exemplo, os preços do gás de cozinha entre os estabelecimento podem chegar a 52% de diferença, podendo ser encontrado desde R$ 59 até R$ 90. Na capital, os estabelecimentos com os valores mais baixos para o botijão de 13kg encontrados na pesquisa estão localizados no bairros Vista Alegre, na região Oeste, e Santa Helena, no Barreiro, e os mais caros, nos bairro Paquetá e Liberdade, ambos na região da Pampulha.