Preço do minério mostra sinais de acomodação

José Antônio Bicalho - Hoje em Dia
13/09/2015 às 08:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:44
 (Carlos Henrique / Hoje em Dia)

(Carlos Henrique / Hoje em Dia)

Fernando Coura, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, mantém o bom humor mesmo enfrentando uma das mais graves crises experimentadas pelo setor da mineração. Entrevistado da Página Dois, que será publicada na íntegra na edição de amanhã do Hoje em Dia, Coura se diz um eterno otimista. “Não poderia ser diferente, sou torcedor do América”, brinca.   Ele abrirá amanhã a Exposibram, no Expominas, uma das principais feiras mundiais do setor de mineração. Na semana passada, manteve agenda intensa e voltada inteiramente para a preparação do evento. Mesmo assim, visitou o Hoje em Dia e concedeu uma longa entrevista na qual aborda as oportunidades e os riscos criados pela crise mundial do mercado de commodities minerais.   Segundo o empresário, a crise não trará reflexos para a Exposibram. Pelo contrário, deverá ser uma das edições mais prestigiadas. Estarão representados 27 países entre os expositores, além de contar com a presença dos presidentes das principais indústrias globais, dirigentes do Banco Mundial e consultores internacionais.   Valores   Na entrevista que será publicada amanhã, Coura analisa o comportamento do preço internacional das commodities minerais. Afirma que o mercado, depois da fase aguda de volatilidade, dá sinais de acomodação em novo patamar.   “Não teremos mais o minério de ferro a US$ 190. Temos que nos adaptar ao preço (na casa) de US$ 50”, diz, para justificar que é preciso investir em inovação, tema principal do congresso que acontece paralelamente à feira.   “Vamos mostrar que as empresas estão ativas, estão investindo em tecnologia, melhorando seus equipamentos e buscando alternativas que visam adequar seus custos de produção à nova realidade”, afirma Coura.   Em inovação, ele destaca a chamada ‘segunda safra do minério’, que é o reaproveitamento dos materiais que antes eram descartados nas barragens de rejeitos e nas pilhas de estéril. E também os projetos de mineração de itabiritos pobres em teor de ferro.   “Mas não é só inovação tecnológica. É também inovação na gestão, na governança, na relação com os stakeholders, principalmente nas comunidades onde a mineração atua. Porque nós acreditamos que a mineração só é possível com a licença social, e não só ambiental”.   Ele destaca também a importância do setor para a balança comercial brasileira e lembra que, nos últimos oito anos, essa contribuição foi de US$ 280 bilhões.   “Trata-se de uma reserva brasileira da maior importância”, afirma.

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