Preços da carne e do frango podem cair em novembro, diz IPC-Fipe

Jornal O Norte
30/10/2006 às 10:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:43

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Pelo que tudo indica o mercado deve sofrer a queda nos preços da carne. Segundo noticiou o jornal Estadão, essa queda deve chegar em meados do mês de novembro conforme estimativa feita pelo coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti. Isto porque, conforme argumentou o economista, os preços já vêm apresentando desaceleração no atacado e este recuo deve chegar ao consumidor em aproximadamente três semanas.

De acordo com Picchetti, o preço do mercado à vista do boi gordo caiu para um patamar inferior a R$ 60,00 por arroba na última semana, voltando ao patamar de preços comercializado há um mês.

E isso deve chegar ao consumidor, disse. No mínimo, teremos estabilidade dos preços ao final da segunda metade do próximo mês e, eventualmente, veremos recuo dos preços, acrescentou.

De acordo com a Fipe, oito cortes de carne bovina estão entre as maiores altas do IPC na terceira quadrissemana do mês. Juntas, estas peças representaram 0,12 ponto porcentual de impacto sobre a inflação do período, que foi de 0,29%. A mesma expectativa de desaceleração dos preços vale para o frango, como salientou Picchetti.

Há praticamente um mês, o item é a maior contribuição individual para o IPC-Fipe e, segundo a divulgação feita ontem, o preço da ave subiu 13,98%, também com participação no índice de 0,12 ponto porcentual. Esta alta do preço do frango foi acelerada nas últimas semanas, mas ao longo do terceiro trimestre inteiro, o produto vem aparecendo na lista das maiores altas do IPC da Fipe.

NO NORTE DE MINAS

Mesmo com a eminência da baixa na cotação da carne, a classe dos ruralistas do Norte de Minas quer organizar a cadeia produtiva da bovinocultura.

Para o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Júlio Pereira todos os pecuaristas que desejam exportar carne terão que aderir ao programa Sisbov- Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos por determinação do ministério que quer ser mais rigoroso quanto a sanidade do produto brasileiro que chegará ao mercado externo. Devido à crise originada pelos focos de febre aftosa que assolou o Estado do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo o ministério da Agricultura quer rastrear os animais das fazendas a fim de que seja mais ordenado o rastreamento do rebanho.

Júlio explica ainda que essa queda se deve ao recebimento de bois confinados nos frigoríficos e deve continuar até o fim de novembro e início de dezembro. Só em meados de dezembro, segundo o presidente, os bois de pasto começam a aparecer daí a efervescência dos melhores preços voltam à tona.

- Os preços vão reagir a partir do mês de dezembro e até lá temos continuar organizando a cadeia produtiva dos bovinos - diz.

REGULAMENTO SISBOV

O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero afirmou que o atual Sisbov é resultante de um ano e meio de trabalho conjunto com representantes de toda a cadeia produtiva da carne e representa uma matriz de rastreabilidade com base no conceito da propriedade rastreada. O sistema é de adesão voluntária, permanecendo a obrigatoriedade nos casos de comercialização para mercados que exijam rastreabilidade, como a União Européia, Chile e Reino Unido.

Júlio contou que a classe ruralista esteve reunida com o presidente do Ima - Instituto mineiro de agropecuária, Altino Rodrigues Neto para saber das medidas adotadas pelo Sisbov, já que gradativamente as fazendas que trabalham com exportação terão que aderir ao processo. Na região cerca de 300 a 400 propriedades trabalham com gado para exportação, sendo que comercializam seus animais com o frigorífico Independência em Janaúba ou para o Mataboi e Bertim do Triângulo Mineiro.

Hoje o Independência abate diariamente aproximadamente 450 cabeças com previsão de que esse número chegue a mil no ano de 2007.  No ano passado, a região teve um acréscimo de 10% em seu plantel, portanto, hoje a marca é de 2,270 milhões cabeças. (Com informações Estadão)

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