Preços de lácteos sobem e favorecem exportações

Jornal O Norte
16/12/2009 às 09:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:20

Neste ano, as vendas externas do país caíram quase 68% em receita até novembro, em decorrência dos preços baixos e do real valorizado ante o dólar, que desestimularam os negócios.

Leite em pó - A recuperação dos preços do leite em pó, que bateram US$ 2.150 no primeiro semestre do ano e já alcançam, em média, US$ 4 mil por tonelada na Europa, conforme o departamento de Agricultura dos EUA, faz exportadores e analistas do setor acreditarem que 2010 será um ano de recuperação para as vendas brasileiras de lácteos.

Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, afirma que a elevação dos preços é resultado do processo de recuperação da economia mundial e da diminuição da produção em algumas regiões produtoras de leite, como Europa e Austrália.

- À medida que as economias vão se recuperando, a demanda vai crescendo, diz.

A queda na produção ocorreu, em parte, segundo ele, porque as cotações baixas levaram alguns pecuaristas a deixar a atividade.

Otimista com o avanço dos preços, Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil, acredita que a recuperação das cotações já deve se refletir nas exportações neste mês.

- A expectativa é de já em dezembro ficarmos superavitários na balança, afirma.

Até novembro, o déficit na balança de lácteos foi de US$ 94,9 milhões. Isso ocorreu porque, além de o Brasil exportar menos, houve uma enxurrada de leite em pó da Argentina a preços baixos no mercado brasileiro.

- Houve retomada no consumo e devemos voltar a crescer em 2010. Os atuais preços criam atratividade para exportar, avalia Alvim, que não esconde o desejo de que os números de 2008 se repitam.

Naquele ano, as exportações de lácteos bateram recorde e alcançaram US$ 556 milhões, em grande medida por conta das importações da Venezuela..

Jacques Gontijo, presidente da cooperativa Itambé, uma das maiores exportadoras de lácteos do país, elenca uma série de fatores que explica a alta do produto: a maior demanda da China, onde problemas de adulteração do leite com a melamina geraram aversão ao produto local; estoques baixos nos EUA e estagnação da produção no Brasil, que neste ano deve ficar estável, em 27,5 bilhões de litros, depois de subir 5,5% de 2007 para 2008. (Fonte: Portal agronegócios)

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