(Riva Moreira/Hoje em Dia)
Oito dias após o rompimento da barragem de rejeitos da Vale na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo, disse que a maior preocupação continua sendo com vítimas - primeiro com as vivas e, depois, na localização dos corpos. Além disso, o chefe do executivo demonstra preocupação com o funcionamento da cidade, já que o comércio continua parcialmente parado.
“35% da arrecadação é da mineração. Sem isso não conseguimos nem fornecer os serviços básicos, como saúde e educação. Por isso, já procurei os governos estadual e federal para não nos deixarem a ver navios”, disse.
Segundo o prefeito, os R$ 80 milhões anunciados para a cidade pela Vale, na verdade, são parte de um acordo estabelecido com a empresa, que pagará, por mês, nos próximos dois anos, cerca R$ 4,5 milhões. O valor é referente a impostos.
Zona rural
Conforme Avimar, o município está dividido em três partes, com a maior parte da zona rural sem acesso ao centro. Vias estão sendo desobstruídas para que as aulas voltem, pelo menos, até o dia 11 de fevereiro.
Barragens
Por causa do desastre, Avimar afirmou que a prefeitura pretende estar mais presente na questão das barragens locais. O objetivo principal é o descomissionamento das estruturas a montante
O prefeito fez duras críticas ao Estado. “Teve falha do Estado também. O governo do Pimentel demorou três anos para liberar a licença para descomissionar a barragem. Liberaram em dezembro e a aconteceu isso agora. Tenho certeza que vão liberar rápido agora”, protestou.
Vítimas
Desde a última sexta-feira (25), dia da tragédia, foram localizados 110 mortos, dos quais 71 foram identificadas pela Polícia Civil. Além disso, 238 pessoas permanecem desaparecidas.