O prefeito de Mariana, palco da tragédia com barragem em Minas há três anos, Duarte Júnior, esteve no centro de comando de operações em Brumadinho neste domingo (27) e reforçou a importância de que a administração municipal exija a manutenção dos serviços essenciais - como educação, saúde e pagamento de servidores. Duarte Júnior alerta que a falta de receita do muncípio, proveniente da atividade minerária da Vale, poderá tornar Brumadinho uma "cidade fantasma".
“O prefeito [Avimar de Melo, o ‘Neném da Asa’, de Brumadinho] precisa rapidamente de um compromisso assinado entre governos federal e estadual que garanta os serviços essenciais da cidade. Isso precisa ser documentado e ele deve cobrar antes que todos deixem o município de lado. Afinal, as pessoas moram aqui”, alerta.
Duarte Júnior afirma que, após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, Mariana perdeu metade da receita. “Brumadinho também é mineradora, mas a queda de orçamento será maior, porque ela só tem a Vale. Nós mantivemos metade da produção ainda. Sem isso, a cidade não tem condição de manter os serviços essenciais”, acrescenta.
Em Mariana, o prefeito diz que pediu aos "culpados pelo crime ambiental" que mantivessem os tributos perdidos pela cidade. No entanto, conforme o político, as empresas contestaram dizendo que “não tinham obrigação legal” de cumprir o compromisso.
Segundo o prefeito, a cidade não recebeu qualquer quantia dos R$ 120 milhões pagos de multa pela Samarco ao Estado.