(Marcelo Prates)
Para conseguir fechar as contas do mandato e não ser penalizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), ordenou corte de 10% nos gastos de custeio de todos os setores da prefeitura. A medida pode prejudicar serviços essenciais da prefeitura, como a manutenção de rede pluvial e agravar as inundações na capital.
Levantamento feito pelo Hoje em Dia mostra que dos 19 locais nos quais houve alagamento por causa da forte chuva do feriado de 15 de novembro, apenas dois deles estão indicados na Carta de Inundação de Belo Horizonte. O documento é um levantamento da prefeitura que indica os locais suscetíveis a alagamentos na cidade.
O número pode ser ainda maior, pois os 19 pontos foram apurados pela Defesa Civil Municipal, enquanto os Bombeiros registram 71 locais de alagamento. Entretanto, a corporação não possui o endereço dos das ocorrências.
SLU
Com orçamento de R$ 200 milhões anuais, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) teve dificuldades para definir o que seria cortado para atingir a determinação de economizar R$ 20 milhões no ano.
O problema é que na previsão orçamentária da prefeitura, a limpeza urbana é classificada como custeio. Ou seja, qualquer corte de custo refletirá na execução de serviços de limpeza e manutenção da cidade.
Um servidor da SLU, sob a condição de não ser identificado, explica que a manutenção da rede pluvial está sendo feita atualmente de forma inadequada.
“A equipe de limpeza vem e retira o lixo da boca de lobo, mas não está sendo feito o jateamento do cano que liga à rede”. Segundo o funcionário, o tubo possui apenas 40 milímetros de diâmetro e como não é verificado se ele está desobstruído, qualquer resíduo maior pode entupir a passagem e causar alagamentos.
Leia sobre a manutenção nas ruas na edição digital do Hoje em Dia