Prefeitura de BH amplia interdição de espaços públicos e reforça restrições

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
06/04/2020 às 21:32.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:12
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Mais espaços públicos fechados, orla da Pampulha com fluxo limitado e ônibus de passageiros barrados. Novas medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19 em Belo Horizonte serão adotadas nos próximos dias na capital. A cidade concentra quase metade das pessoas que testaram positivo para a doença em Minas – que chegou a 525 casos ontem.

Para evitar aglomerações como as registradas no último fim de semana, o prefeito Alexandre Kalil determinou a restrição do trânsito na orla da Lagoa da Pampulha. A mudança ainda será estudada pela BHTrans, informou ontem o chefe do Executivo municipal durante entrevista coletiva, mas a ideia é que só circulem carros por lá. “O pessoal não entendeu que não estamos de férias”, criticou.

Praças fechadas
Outra preocupação é com as praças. Na Sexta-Feira da Paixão, a da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, Centro-Sul do município, será interditada ao público. A determinação está valendo, desde sábado, para a Liberdade e o parque JK, na mesma região.

Mas onde ainda não há previsão de fechamento, sobra reclamação. Na Praça do Papa, no Mangabeiras, moradores denunciam festas principalmente nos fins de semana, à noite. Pelo menos dois boletins já teriam sido registrados na Polícia Militar (PM).

“Os trabalhos se iniciam a partir das 22h e ficam a madrugada toda. Pessoas aglomeradas e carros estacionados no entorno”, conta uma moradora que não quis ser identificada.

Comandante da Guarda Municipal de BH, Rodrigo Prates informou que tem atuado no local, passando com viaturas com equipamento de som alertando as pessoas para evitarem a aglomeração. “A gente não deixa de atuar, mas também temos um limite. Temos que contar com esse esforço social”.
Alexandre Kalil garante que as restrições vão continuar. “Vamos olhar a lei. Se continuar a baderna, vamos fechar”, afirmou. 

Em nota, a PM informou que tem apoiado a PBH na fiscalização dos decretos estadual e municipal. Em relação à metrópole, "participa desta fiscalização para garantir o poder de polícia dos órgãos municipais, quando acionada pelos agentes sanitários, ou demais agentes municipais, ou em apoio a Guarda Municipal, e toda situação irregular verificada é comunicada de imediato a Prefeitura Municipal, para adoção de medidas administrativas, uma vez que a aglomeração de pessoas, ou desrespeito ao decreto, não configuram, a princípio, crime ou contravenção penal".

 Entrada proibida

Outra medida anunciada pelo prefeito é a proibição da entrada em Belo Horizonte de ônibus do transporte coletivo vindo de cidades que decidiram afrouxar a quarentena, liberando o comércio. Medida semelhante foi adotada contra Lagoa Santa, na região metropolitana.

Porém, após a administração municipal da cidade vizinha voltar atrás na autorização, Kalil mandou suspender a proibição. “Quero que a população de Lagoa Santa entenda que o que fizemos foi para proteção, não uma agressão”, afirmou.

O isolamento social é a principal medida para evitar o pico de casos de Covid-19. “As pessoas podem escolher sermos como a Itália ou como a China. Nós vimos o que está acontecendo em Milão”, reforçou o prefeito. 

Sem medidas de afastamento, a cidade europeia foi o segundo epicentro do novo coronavírus no mundo. Por lá, estima-se que mais de 16 mil pessoas tenham perdido a vida em decorrência da doença.

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