(Miva Filho/SES-PE)
A Prefeitura de Belo Horizonte negou ter aplicado doses vencidas da AstraZeneca, vacina contra a Covid-19, em moradores da capital. A informação rebate levantamento da Folha de São Paulo, que nesta sexta-feira (2) denunciou que 26 mil unidades fora do prazo de validade teriam sido aplicadas em todo o Brasil. Em BH, segundo o jornal, seriam 167.
De acordo com a PBH, o Executivo acompanha os processos de vacinação diariamente e, até o momento, não há suspeita de aplicação de imunizantes vencidos na cidade. O que ocorreu, diz a prefeitura, foi o registro da data de aplicação de forma incorreta no sistema do Plano Nacional de Imunização (PNI).
“A Secretaria Municipal de Saúde informa que já contactou as pessoas que foram vacinadas com os lotes em questão, verificou os cartões de vacina, e não há nenhuma inconformidade”, afirmou, em nota.
Conforme dados oficiais do Ministério da Saúde, apresentados pela Folha de São Paulo, a maioria dessas unidades (70%) é do lote 4120Z005 (veja todos no fim da reportagem). Das 50 cidades com mais registros no país, oito são mineiras - a capital aparece em 18º lugar no ranking nacional. Os imunizantes expirados integram oito remessas importadas ou adquiridas por meio de um consórcio.
O lote da vacina recebida pode ser conferido na carteira individual de vacinação. O DataSUS, do Ministério da Saúde, identifica as pessoas imunizadas com um código individual, acompanhado de informações sobre idade, grupo prioritário e data da aplicação.
Já a validade consta no sistema Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica), que registra os comprovantes de entrega das vacinas por estado. O jornal Folha de São Paulo cruzou as informações considerando as aplicações de todo o país até 19 de junho.
A validade dos produtos varia conforme a tecnologia e os insumos utilizados no desenvolvimento, informações analisadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para regulação dos imunizantes no país.
A AstraZeneca e a Pfizer duram até seis meses. A Janssen, com validade original definida em três meses, agora pode ficar armazenada por até 135 dias. A CoronaVac, por outro lado, pode ser guardada por até um ano.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde de Minas (SES) não se manifestou sobre a denúncia do jornal paulista até a publicação da matéria. Veja, abaixo, algumas cidades mineiras com doses aplicadas fora do prazo de validade, segundo a reportagem da Folha.
Belo Horizonte (18ª): 167 doses
Centralina (19ª): 143 doses
São Geraldo (21ª): 136 doses
Governador Valadares (22ª): 130 doses
Nepomuceno (31ª): 100 doses
Coronel Fabriciano (32ª): 99 doses
Patos de Minas (33ª): 92 doses
Divinópolis (47ª): 75 doses
Contagem (120ª): 33 doses
Ibirité (182ª): 20 doses
Santa Luzia (205ª): 18 doses
Nova Lima (313ª): 10 doses
Sabará (848ª): 2 doses
Vespasiano (855ª): 2 doses
Lagoa Santa (1.253ª): 1 dose
Ribeirão das Neves (1.274ª): 1 dose
Confira os lotes e suas validades:
4120Z001 - 29 de março
4120Z004 - 13 de abril
4120Z005 - 14 de abril (mais usado no país)
CTMAV501 - 30 de abril
CTMAV505 - 31 de maio
CTMAV506 - 31 de maio
CTMAV520 - 31 de maio
4120Z025 - 04 de junho
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