Reajuste pode ser maior para tomate, abóbora moranga, milho e soja
Tomate é um dos alimentos que pode aumentar de preço devido à falta de chuva e as queimadas que afetam Minas (Maurício Vieira)
A estiagem de mais de 150 dias e as queimadas têm prejudicado a produção de alimentos em Minas, e o consumidor vai sentir no bolso o peso dessa dupla tragédia. A falta de chuva e a destruição provocada pelo fogo vão impactar nos preços do atacado e depois nas redes de varejo, fazendo o cliente final pagar mais caro por hortaliças, legumes e frutas. O aumento pode chegar a 10%.
A tendência é que o reajuste no valor dos produtos seja notado ainda neste mês e também em outubro, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros das Ceasas do Estado de Minas Gerais (APHCEMG), Luciano José Lopes.
Dentre os alimentos mais impactados, Lopes cita tomate, abóbora moranga, milho e soja. Segundo ele, a falta de água é o que mais prejudica a lavoura atualmente, diminuindo a oferta dos produtos.
De acordo com Luciano Lopes, está faltando água para irrigar as plantações. “Nem todo mundo consegue ter um poço artesiano na fazenda. Neste ano a seca foi muito pesada e também teve dificuldade de mão de obra. Isso tudo pesa”.
Conforme o Hoje em Dia mostrou na semana passada, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) declarou situação crítica de escassez hídrica superficial em porções hidrográficas em Minas. A medida se deve à estiagem e impacta 320 outorgas de direito de uso da água, com restrições na captação em rios que cortam 17 municípios.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) foi procurada para falar sobre o assunto, mas informou que a porta-voz só estaria disponível nesta quinta-feira (19). A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) informou que que a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) "ainda está realizando um levantamento".
As variações súbitas de clima, com sequência de períodos de calor e frio intensos e o impacto da seca, que favorece a ocorrência de queimadas, também devem pressionar os preços em São Paulo, conforme o economista Thiago de Oliveira, da Companhia de Entrepostos e Armazéns (Ceagesp).
Lá, de acordo com Oliveira, a pressão afeta mais os cítricos, como laranjas e limões. "Se não houver uma melhora considerável na umidade, haverá um aumento de custo considerável. Estamos falando do meio de outubro", afirma o economista.
As hortaliças, tanto folhas como legumes, podem ter impacto em dezembro.
Os preços de frutas e verduras têm histórico de queda recente, tanto de acordo com a Ceagesp quanto o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que registrou recuo nos últimos dois meses nos custos de produtos da cesta básica.
* Com Agência Brasil
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