Rompimento da barragem da Vale, em novembro de 2015, causou 19 mortes, poluição na Bacia do Rio Doce e impactos em dezenas de municípios mineiros e capixabas (Arquivo Hoje em Dia)
Um levantamento sobre o número de produtores rurais e áreas de atividades agropecuárias prejudicados pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi iniciado nesta segunda-feira (28) pelo governo de Minas. Representantes da secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Emater-MG, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) participam da ação conjunta.
De acordo com o governo de Minas, o trabalho será feito em Brumadinho e nos municípios que ficam no trecho onde os rejeitos da barragem possam atingir a água do rio Paraopeba. São eles, por ordem alfabética: Betim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Igarapé, Inhaúma, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompeu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha.
Em Brumadinho, dados preliminares indicam que as áreas atingidas pela lama são principalmente de plantio de hortaliças. Nos demais municípios prejudicados, técnicos da Emater-MG e do IMA irão fazer um cruzamento de dados para identificar a produção agropecuária nesses locais.
De acordo com a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, em Brumadinho, como os técnicos ainda não tiveram acesso aos locais atingidos, o trabalho é feito com dados cadastrais e de georreferenciamento de produção.
"Já os produtores que ficam nos municípios a jusante e às margens do rio Paraopeba também irão receber visitas e orientação sobre a impossibilidade de irrigação. Vamos buscar os dados de análise de água do rio feita pela Copasa para que possamos orientar os produtores sobre a qualidade desta água", explicou Ana Valentini.
A água consumida pelos animais, principalmente gado bovino, em propriedades às margens do Rro Paraopeba, também faz parte do levantamento de demandas.
"No caso dos animais, onde não for possível o consumo da água do rio, uma alternativa seria levar água em caminhões-pipa para estes locais e, onde isso não der para atender à propriedade, poderia ser estudada até a remoção destes animais para outras áreas", afirmou a secretária.
Quanto a produtores atingidos que obtiveram crédito rural junto a agentes financeiros, a Emater-MG também fará um levantamento para, diante da necessidade, a secretaria de Agricultura solicitar aos bancos uma prorrogação do pagamento por esses trabalhadores.
Por fim, será elaborado um plano de retomada da atividade agropecuária da região atingida.
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