MÚSICA

Prêmio BDMG Instrumental anuncia os quatro vencedores da 21ª edição

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
30/05/2022 às 16:53.
Atualizado em 30/05/2022 às 17:16
A flautista Nara Pinheiro, de Juiz de Fora, foi a única mulher vencedora da 21ª do BDMG instrumetnal (Élcio Paraíso/Bendida/Divulgação)

A flautista Nara Pinheiro, de Juiz de Fora, foi a única mulher vencedora da 21ª do BDMG instrumetnal (Élcio Paraíso/Bendida/Divulgação)

Uma das ações mais importantes para valorização e fomento da música instrumental mineira, a 21ª edição do Prêmio BDMG Instrumental escolheu, nesse domingo (29), no Teatro Sesiminas, os premiados do ano. Os vencedores foram o Duo Flávio Danza e Rodrigo Mendonça (flauta transversal e violão sete cordas), Sillas Prado (saxofone e flauta), Ulisses Luciano (trompete) e Nara Pinheiro (flauta transversal).

Cada um deles receberá uma premiação no valor de R$ 12 mil cada, além de fazerem dois shows – um no teatro do CCBB, em Belo Horizonte, e outro no programa Instrumental Sesc Brasil, em São Paulo. Wellington Gama (bandolim) e  Samy Erick (violão e fuitarra) conquistaram o quinto e sexto lugares respectivamente e receberão R$ 6 mil cada um.

A comissão julgadora foi formada por Badi Assad (violonista, compositora e arranjadora); Daniel Barbosa (jornalista do Estado de Minas); Deborah Levy (pianista, compositora e arranjadora); Fabiano Fonseca (jornalista do O Tempo); Paulo Henrique Silva (jornalista do Hoje em Dia); Gê Côrtes (baixista, compositora e arranjadora); Joatan Nascimento (trompetista, compositor e arranjador); Laura Lopes (programadora de música do Sesc Vila Mariana) e Renata Celano (programadora de música do Sesc Consolação).

"Foi um trabalho dificílimo eleger os quatro premiados desta edição. Tivemos um nível altíssimo em todas as categorias. Foram instrumentistas fenomenais, compositores e arranjadores geniais, e foi uma tarefa realmente muito difícil para a gente do júri”, reconhece a coordenadora do júri, Badi Assad.

A musicista Nara Pinheiro, natural de Juiz de Fora, foi a única mulher entre os premiados e celebra a oportunidade de representar outras que, assim como ela, se dedicam ao ofício. “Eu acho que é um incentivo e tanto. É uma grata surpresa porque o calor do momento interfere muito na nossa performance. Fico muito feliz de sair como premiada desta edição. A gente sabe que a maioria dos participantes já é muito experiente. Alguns inclusive já tiveram a oportunidade de participar de outras edições. Sair como uma das vitoriosas é um grande incentivo para continuar seguindo com meu propósito na música”, aponta.

De Poços de Caldas, no Sul de Minas, o músico Flávio Danza, que se apresentou juntamente com o seu parceiro, Rodrigo Mendonça, destaca: “O Prêmio BDMG Instrumental é um sonho para qualquer músico instrumentista. Poder participar desta iniciativa que já lançou tantos nomes importantes da nossa música é um grande privilégio, e uma motivação muito grande para estarmos aqui apresentando nosso trabalho, além de ser uma oportunidade para criarmos obras inéditas”.

O prêmio é também uma oportunidade que os participantes enxergam para prestar homenagens a músicos que foram referências ou exerceram a função de mestres nas suas trajetórias. O saxofonista e flaustista Sillas Prado fez questão de homenagear o fundador da Orquestra Rumpilezz, Leiteres Leite. "Faço parte da cena afro-mineira instrumental e decidi me inscrever para apresentar essa faceta do meu trabalho e também para prestar uma homenagem aos meus mestres, principalmente para o Letieres, que foi uma forte referência para mim. Foi a minha estreia como compositor/arranjador e a gente já fica com a expectativa lá em cima porque sabe que o Prêmio BDMG Instrumental possui uma relevância nacional em função da sua importância na cena musical brasileira”, destaca. 

Natural de Recife, o experiente trompetista Ulisses Luciano viu no Prêmio BDMG Instrumental a oportunidade que precisava para investir no seu trabalho autoral. “Vivo em Belo Horizonte desde 2010 e desde que cheguei na cidade que acompanho o Prêmio BDMG Instrumental. Ao longo desses anos, vi passar por esta premiação diversos nomes que são grandes referências para mim. E esse prêmio tem uma celebração especial, pois estou completando 25 anos dedicados ao estudo da música. Além disso, esta foi a primeira vez que apresentei um trabalho 100% meu, completamente autoral. Então esse reconhecimento é um grande incentivo para eu continuar investindo e apresentando o meu trabalho”, conclui o trompetista.

Como nas edições anteriores da premiação, também foram escolhidos os dois melhores instrumentistas (o violonista Wellington Prado e o bateirista Antônio Loureiro. O melhor arranjo foi feito por Wallace Gomes, que trabalhou a múisca "A Paz", de Gilberto Gil. Os selecionados nestas duas categorias recebem o valor de R$  3 mil cada.  

A cerimônia contou ainda com a entrega dos Prêmios Marco Antônio Araújo e Flávio Henrique. O primeiro foi concedido ao álbum “Jamba Trio”. Lançado em março de 2021, reúne composições originais que representam o diálogo entre a música instrumental mineira, o jazz e a música erudita. Na estrada há 22 anos, o Jamba Trio é formado originalmente por Írio Junior, Enéias Xavier e Esdra Neném Ferreira. Atualmente, o grupo conta com o baterista Lincoln Cheib. O trabalho é uma homenagem ao baterista Esdra Neném Ferreira.

Já o Prêmio Flávio Henrique reconheceu o álbum “Retumbante”, de Pablo Bertola. “A excelência da música em Minas sempre me surpreende. Autores, intérpretes, instrumentistas inacreditáveis. Nessa seleção tivemos lindas surpresas e descobertas, além da afirmação de talentos já conhecidos. Nossa escolha foi unânime, ainda que difícil pela exigência de um nome só. Pablo Bertola apresentou um trabalho maduro de lindas canções, belos arranjos e está cantando muito bem, fiquei feliz com esse resultado”, destaca a jornalista e radialista Patricia Palumbo, integrante da Comissão de Seleção do Prêmio Flávio Henrique ao lado do músico Alfredo Del-Penho e da curadora de projetos musicais Michelly Mury.

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