'Prêmio de consolação' de R$ 3,5 milhões é motivação na desvalorizada Primeira Liga

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
29/08/2017 às 15:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:19
 (Washington Alves/Bruno Cantini/Divulgação)

(Washington Alves/Bruno Cantini/Divulgação)

O “prêmio de consolação” num total acumulado de pouco mais de R$ 3,5 milhões (incluindo direitos de transmissão) talvez seja a única motivação para os clubes classificados à fase final da desvalorizada Primeira Liga 2017.

Depois de quatro meses no esquecimento, a competição independente e de caráter amistoso volta a ser disputada nesta semana, quando serão definidos os semifinalistas.

A passagem para o sistema de “mata-mata”, entretanto, não deverá ser suficiente para elevar a atratividade do torneio, pois todos os oito times concorrentes dividem atenções com objetivos maiores nesta altura da temporada.

Na primeira fase, a Liga teve público médio de apenas 6,8 mil torcedores. E este número ainda foi impulsionado pelo clássico entre Cruzeiro e Atlético, com torcida dividida no Mineirão (39,8 mil pagantes).

Somente esta e uma outra partida (vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Grêmio, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília) mobilizaram mais de 20 mil pessoas (veja as tabelas abaixo).

O interesse dos torcedores parece proporcional ao dos clubes. Em termos de premiação, a Primeira Liga se mostra lucrativa, mas ainda muito aquém dos torneios oficiais, como Copa Libertadores (R$ 28 milhões), Brasileirão (R$ 20 milhões), Copa Sul-Americana (R$ 12 milhões) e Copa do Brasil (R$ 11 milhões).

Além disso, o título não é reconhecido e nem garante vaga direta nas oitavas de final da próxima Copa do Brasil, ao contrário do que já acontece nas Copas Verde e do Nordeste.

Reservas

Entre os mineiros, o “desinteresse” mais claro, neste momento, é o do Cruzeiro. Finalista da Copa do Brasil, a equipe do técnico Mano Menezes recebe o Grêmio, às 21h45, no Mineirão.

Se avançar, entrará em campo já no domingo para a semifinal, às vésperas do confronto de ida da grande decisão diante do Flamengo, no dia 7 de setembro. Assim, a Raposa fará um duelo de reservas com o Tricolor gaúcho, este focado no Brasileirão e, principalmente, na Libertadores.

Além do Rubro-negro, Fluminense e Internacional também pouparão titulares, priorizando os títulos da Copa do Brasil, da Copa Sul-Americana e da Série B, respectivamente.

Chance de título

No Atlético, a prioridade é uma vaga na próxima Libertadores, via G-6 da Série A. Há, também, a necessidade de afastar de vez o risco de rebaixamento.

Por outro lado, as eliminações nos demais torneios abriram espaços na agenda (pelo Brasileirão, o Galo só volta a campo no dia 9 de setembro, em casa, diante do Palmeiras).

Assim, o técnico Rogério Micale poderá se dar ao "luxo" de utilizar diversos titulares contra o Colorado, às 19h30, no Estádio Beira-Rio, apostando no possível troféu para amenizar a crise do segundo semestre.

Em situação similar na Série B, Paraná e Londrina já confirmaram os times principais nestas quartas de final.

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