Prêmio Nobel de Medicina morre aos 103 anos, em Roma

Agência Estado
30/12/2012 às 19:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:11

Rita Levi-Montalcini, uma bióloga que conduziu pesquisas secretamente em desafio à perseguição fascista e recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1986, morreu neste domingo em Roma, aos 103 anos. Conhecida como "Dama das Células", Levi-Montalcini era uma judia que sobreviveu ao antissemitismo e à invasão nazista e se tornou uma das maiores cientistas da Itália.

O Prêmio Nobel, compartilhado com o bioquímico americano Stanley Cohen, foi concedido pela pesquisa revolucionária realizada pelos dois nos Estados Unidos, que elevou a compreensão de várias condições, incluindo tumores e demência senil.

Apesar da idade avançada, ela sempre manteve uma rotina intensa de trabalho. "Aos 100 anos, tenho uma mente superior - graças à experiência - à que eu tinha aos 20", disse em 2009.

Levi-Montalcini nasceu em 22 de abril de 1909, em Turim. Aos 20 anos, desafiou as objeções de seu pai e obteve um diploma em medicina e cirurgia da Universidade de Turim, em 1936. Depois de se formar, ela começou a trabalhar como assistente de pesquisa em neurobiologia, mas perdeu o emprego em 1938, quando o regime fascista na Itália aprovou leis barrando judeus de universidades e profissões importantes.

Sua família decidiu permanecer na Itália, e com a proximidade da Segunda Guerra, Levi-Montalcini montou um pequeno laboratório em seu quarto, onde começou a estudar o desenvolvimento de embriões de frango. Mais tarde, isso levaria à sua grande descoberta de mecanismos que regulam o crescimento de células e órgãos.

Em 1947, ela foi convidada a morar nos Estados Unidos. Durante sua pesquisa na Washington University, em St. Louis, Missouri, ela descobriu o fator de crescimento neural, a primeira substância conhecida por regular o crescimento de células.

Em 1969, Levi-Montalcini retornou à Itália e se tornou diretora o laboratório de biologia celular do Conselho Nacional de Pesquisa Científica, em Roma.

Depois de se aposentar, no final dos anos 1970, ela continuou a trabalhar como professora convidada e escreveu vários livros para popularizar a ciência. Ela também criou a Fundação Levi-Montalcini, para oferecer bolsas de estudo e promover programas educacionais em todo o mundo, principalmente para mulheres na África. As informações são da Associated Press.
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