Prevista para janeiro, a preparação do espaço que receberá dois dos maiores eventos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em julho, ainda não começou. Sede da vigília e da missa de encerramento, com a presença do novo papa e mais de dois milhões de jovens, os terrenos em Guaratiba, na zona oeste do Rio, ainda estão cobertos de lama e vegetação, sem sinal das intervenções prometidas pela Prefeitura do Rio e pela organização da Jornada. De acordo com os responsáveis pela obra, a previsão inicial era "superestimada."
No local será construído o palco onde será celebrada a primeira missa do novo papa fora de Roma, no dia 28 de julho. A área total destinada ao evento é de 3,5 milhões de metros quadrados, distribuídos entre as fazendas Mato Alto e Vila Mar, cedidas pela iniciativa privada. Como contrapartida, a prefeitura realizaria obras de dragagem. À organização da Jornada caberia a parte estrutural das obras, como a construção do palco e das áreas de serviço.
A organização reconhece que as construções são complexas, mas nega que haja atrasos. "Esse prazo era superestimado do nosso lado, em se tratando de uma obra importante. Nosso limite para entrar no terreno sempre foi 1º de março", afirmou, nesta sexta-feira, Duda Magalhães, diretor-geral da empresa responsável pela construção, a DreamFactory. "Segunda-feira começa a limpeza do terreno."
As intervenções devem começar pela Fazenda Vila Mar, onde ficará o altar para a missa com o papa. "É uma área complexa. O palco requer uma estrutura muito pesada, obra de engenharia grande. Vamos começar por ali para que não haja nenhum risco para o cronograma", afirmou Magalhães. A Fazenda Mato Alto, área principal da vigília, receberá 37 lotes para abrigar os jovens, com cerca de 60 'ilhas' de serviços - espaço com tendas de alimentação, capela, telão, banheiros e serviço médico. Atualmente, o local abriga uma produção de gado e é cortado por uma ferrovia e um córrego.
Questionada sobre os atrasos na realização das obras de dragagem, anunciadas em novembro, a Prefeitura do Rio não se pronunciou. Nesta sexta, os terrenos foram vistoriados pelo comitê organizador da Jornada. Em abril, uma nova inspeção está prevista com representantes do Vaticano.
Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo do Rio e vice-presidente do Instituto JMJ, afirmou que tudo estará pronto, "nem que a gente trabalhe dia e noite". "Estávamos levantando todas as licenças. É uma preocupação preparar todo o terreno, mas tem que dar tempo." Ele também garantiu que as fazendas comportam um aumento no fluxo de visitantes, previsto após a renúncia de Bento XVI. "Se precisar, temos estrutura para 2,5 milhões de pessoas."
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