Zambelli participou por videoconferência de uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados
Zambelli acompanha análise sobre perda de mandato (Lula Marques/ Agência Brasil)
Presa em uma penitenciária da Itália, a deputada licenciada Carla Zambelli participou, nesta quarta-feira, por videoconferência (10), de uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A CCJ analisa o processo sobre a perda do mandato da parlamentar e ouviu o hacker Walter Delgatti Neto, uma das testemunhas do caso.
A deputada e o hacker foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e inserir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A pena de Zambelli chega a dez anos de prisão, e a de Delgatti, a oito anos de reclusão. Após a decisão, a parlamentar fugiu para a Itália, onde foi presa em julho e aguarda o processo de extradição para o Brasil.
Na comissão, Delgatti confirmou que invadiu os sistemas e a mando de Zambelli. "Ela queria que eu conseguisse provar de alguma forma que o sistema era violável. No caso, ela pediu que eu invadisse o TSE, o CNJ, o STF, que eu conseguisse comprovar que o sistema era violável, pois ela queria desacreditar o discurso que à época havia sobre a segurança do sistema de justiça e do TSE do do Brasil. Foi quando eu tive acesso à intranet do CNJ, do TCU, do TSE, do TJE", diz.
Ao fazer perguntas a Delgatti, a deputada levantou dúvidas sobre a credibilidade do hacker. "Todo esse processo, ele é baseado no fato de que ou a pessoa acredita no Walter ou a pessoa acredita na Carla. Da mesma forma como ele mente sobre o tempo que ele passou na minha casa, ele mente sobre a questão do mandato de prisão do Alexandre Moraes, ele mente também a respeito. Existe uma mentira dentro do meu processo de que eu estou sendo processada por 16 casos: um de prisão e 15 de soltura de presos de alta periculosidade. Isso aumentou minha pena para 10 anos", afirmou.
Como a condenação inclui a perda do mandato, a Câmara dos Deputados precisa autorizar a medida, que primeiro passa por análise da CCJ, seguida de votação no Plenário. Na tarde desta quarta-feira, a Comissão realiza a oitiva do assistente técnico da defesa, Michel Spiero.
*com informações da Agência Brasil
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