O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, decretou estado de emergência em diversas áreas do nordeste do país e prometeu enviar mais tropas para combater o que qualificou como uma "rebelião declarada" de extremistas islâmicos que atualmente controlam diversos povoados e cidades.
Em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, o presidente nigeriano advertiu que qualquer imóvel suspeito de abrigar milicianos islâmicos poderá ser tomado pelo governo. Segundo Jonathan, a mais populosa nação africana está em "guerra".
Não estava claro de que forma o estado de emergência ajudaria a conter a violência na Nigéria. Em dezembro de 2011, uma ação similar do governo não foi capaz de interromper o derramamento de sangue.
"Parece existir um esforço sistemático de insurgentes e terroristas para desestabilizar o Estado nigeriano e desafiar nossa determinação coletiva", declarou Jonathan.
O estado de emergência é válido para os Estados nigerianos de Adamawa, Borno e Yobe. Segundo o presidente, esses Estados receberão mais tropas.
Apesar do estado de emergência, porém, os políticos que governam essas áreas não serão afastados. A lei nigeriana autoriza o presidente a afastar políticos eleitos e instalar governos interinos quando há um estado de emergência em vigor.
O decreto presidencial expõe a gravidade da situação no nordeste da Nigéria, muitas vezes minimizada por autoridades governamentais por motivos políticos.
A insurgência islâmica na Nigéria começou a ganhar corpo em 2009, quando uma rebelião liderada por integrantes do Boko Haram em Maiduguri foi reprimida pela política e pelo exército. Mais de 700 pessoas morreram na repressão.
Pouco depois da repressão, o líder do Boko Haram morreu na prisão, aparentemente executado. A partir do ano seguinte, integrantes do Boko Haram engajaram-se em uma onda de ataques.
Desde 2010, mais de 1.600 pessoas foram mortas no país em ações atribuídas a extremistas islâmicos, segundo contagem da Associated Press. As informações são da AP.
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