Obrigado, nos últimos dias, a se defender de acusações de envolvimento com grupos radicais que provocam tumulto e depredação, o PSOL adiou em uma semana e mudou do Rio para São Paulo o lançamento da candidatura do senador Randolfe Rodrigues (AP) para presidente da República e da ex-deputada Luciana Genro (RS) a vice.
A festa aconteceria amanhã (17) na Câmara Municipal carioca e foi transferida para a Câmara paulistana, no dia 24. O presidente nacional do partido, Luiz Araújo, nega que a mudança tenha ocorrido para evitar exposição do PSOL na cidade onde ocorreu a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band. "O que aconteceu foi que paramos toda a organização do evento para responder às acusações e aos ataques que sofremos. Isso consumiu nossa capacidade de mobilização."
Preocupada em não ter a imagem do partido vinculada aos grupos radicais, a direção nacional do PSOL tirou do site oficial um artigo do secretário de Organização, Edilson Silva, em outubro, que critica a criminalização do movimento black bloc e defende o diálogo com seus integrantes.
No texto, Silva diz que o black bloc "é algo progressivo, politicamente moderno, trazido pelas mãos da dialética da história". "Para quem quer mudar o mundo de verdade, não deve parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos de esquerda coerentes, como o PSOL, dialogando com a tática black bloc (...)", afirma o dirigente.
Luiz Araújo informou que, por não ser a posição oficial do PSOL, mas a opinião de um militante, o partido decidiu tirar o texto do ar. "Queremos evitar mais mal entendidos", disse o presidente.
Acusações. Dias depois de o cinegrafista ser atingido, em protesto no centro do Rio, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende os dois manifestantes investigados pela morte, disse ter ouvido da ativista Elisa Quadros, a Sininho, que os rapazes tinham ligação com o deputado estadual Marcelo Freixo, um dos principais líderes do PSOL no Estado. Freixo negou categoricamente envolvimento.
O mesmo advogado acusou, sem citar nomes, partidos políticos de pagar jovens para promoverem atos de vandalismo nas manifestações. Em depoimento à polícia, um dos investigados, Caio Silva de Souza, disse acreditar que partidos que levam bandeiras para os protestos pagam os manifestantes e citou PSOL e o PSTU.
Já pré-candidato a presidente, Randolfe Rodrigues acredita que os ataques ao PSOL fazem parte de uma ofensiva para "criminalizar todo tipo de manifestação que critique os negócios em torno da Copa" e diz que o partido não deixará as ruas. "Apoiamos manifestação, mobilização de rua e condenamos a violência, seja do Estado, seja de manifestante", diz. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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