Prestação de contas dos candidatos à PBH aponta rombo de R$ 4,6 milhões

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
20/09/2016 às 22:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:55
 (Hoje em Dia)

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Dos seis candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, quatro estão com as contas no vermelho. Como os postulantes gastaram mais do que arrecadaram na primeira fase da corrida eleitoral, a diferença atinge quase R$ 4,6 milhões. A cifra foi calculada com base em dados da prestação parcial de contas, até 16 de setembro, e disponível no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).

O maior déficit até então é verificado nas contas do candidato do PSDB, o deputado estadual João Leite. A diferença entre o que entrou e saiu do caixa da campanha chega a R$ 1,7 milhão. Segundo a declaração ao TRE, o tucano arrecadou R$ 1,3 milhão, mas já soma R$ 3 milhões em despesas contratadas.

Mesmo com um discurso de gastos enxutos, o candidato petista, deputado federal Reginaldo Lopes, é o dono do segundo maior déficit. As contas apontam para uma discrepância de R$ 1,2 milhão entre o montante arrecadado e a quantia gasta.

Em seguida, aparece o candidato Alexandre Kalil (PHS). O ex-presidente do Atlético declarou ter recebido recursos de R$ 522 mil, valor ainda insuficiente para pagar mais de R$ 1,3 milhão em despesas contratadas.

Vice-prefeito de BH, o candidato Délio Malheiros (PSD) também apresenta um desequilíbrio na contabilidade. Neste caso, a diferença chega a R$ 734 mil até o período apurado.


Azul
O candidato que aparece com as finanças mais confortáveis é Luis Tibé (PTdoB). O total arrecadado passa de R$ 1,6 milhão. Porém, até a última parcial, apenas R$ 274,6 mil haviam sido pagos.

O candidato Eros Biondini (PROS) também está no azul. O balanço mostra que dos R$ 143,3 mil arrecadados, R$ 138, 2 mil foram empenhados.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhanelli, as dificuldades financeiras das campanhas são também reflexo da crise e da proibição de doações por parte de empresas privadas. Outro agravante é que a minirreforma eleitoral não deixou as campanhas mais baratas.

“Isso é balela. O maior custo de uma campanha é a produção da propaganda de televisão. E como as inserções triplicaram, o gasto também aumentou muito”, diz.

Respostas
A assessoria de imprensa de João Leite declarou que “as despesas contratadas estão dentro do planejamento e da previsão de arrecadação, que tem como fonte o fundo partidário dos seis partidos da coligação, além de doações”.

Já a assessoria de Délio Malheiros informou que, pela legislação, as doações devem ser declaradas em até 72 horas após o recebimento das mesmas. Por sua vez, as despesas devem ser lançadas quando contratadas, pelo valor global, ainda que o pagamento se dê de forma parcelada.
“Assim, as doações representam o valor em caixa, no momento da declaração, ao passo que as despesas compreendem os valores globais contratados, que serão quitados à medida que vencerem, com os recursos doados ao longo da campanha. Por isso, este aparente desequilíbrio. Porém, é temporário”, diz a nota.

Reginaldo Lopes afirmou que os gastos de campanha não devem chegar a R$ 2 milhões. “As despesas contratadas referem-se principalmente à produção de programas para a TV, e a conta foi parcelada. Não temos gastos com comitê ou cabo eleitoral”, disse. A assessoria de Alexandre Kalil não deu retorno até o fechamento deste edição.
 

(*) Colaborou Filipe Motta

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