Preterido há oito anos, Marcelo Oliveira volta ao Atlético em novo patamar como treinador

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
20/05/2016 às 19:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:32
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

A terceira passagem de Marcelo Oliveira como técnico efetivo do Atlético começou a todo vapor. Anunciado às 15h30 pelo presidente do clube, Daniel Nepomuceno, o treinador já se apressava para não perder o voo da delegação rumo a Curitiba, menos de três horas depois. Amanhã, às 11h, ele já comandará o Galo diante do Atlético-PR, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

No fim da manhã de hoje, o novo treinador fará o primeiro e único treino antes da partida. À beira do gramado contra o Furação, ele terá ao seu lado o coordenador técnico Carlinhos Neves, que assumiu o time interinamente após a demissão de Diego Aguirre.

Entre a última passagem pelo clube, em 2008, e a admissão nesta sexta-feira, Oliveira ficou exatos 2.719 dias longe do clube alvinegro – cerca de 90 meses.

Durante o hiato, o treinador alçou novos voos na carreira até alcançar o status atual. Em 2009, ele treinou o Ipatinga, onde conquistou o título mineiro do Módulo II. Depois, buscou novos ares, no Sul do país, onde no ano seguinte assumiu o Paraná Clube.

Em 2011, foi contratado pelo rival Coritiba, um divisor de águas na vida do comandante. Pelo Coxa, Oliveira conquistou dois títulos estaduais (2011/12) e, nos mesmos anos, chegou a duas finais da Copa do Brasil, ficando com o vice-campeonato em ambas. Num encaixe perfeito no alviverde, o treinador conseguiu 24 vitórias consecutivas, segunda maior sequência do mundo, atrás do Ajax 1971/72, com 26.

Rumo ao sucesso

Ainda em 2012, o mineiro foi contratado pelo Vasco, onde teve uma passagem-relâmpago, sem sucesso. Pelo clube carioca, Marcelo fez apenas dez partidas antes de ser demitido.

Mas foi no ano seguinte que o técnico nascido em Pedro Leopoldo viu a vida mudar, após a demissão de Celso Roth do Cruzeiro.

Fortemente ligado ao Atlético, clube o qual defendeu como jogador e treinador, Marcelo sofreu com a rivalidade, mas conquistou a confiança da torcida.
Convicto de que poderia entrar para a história do maior rival alvinegro, o treinador foi um dos protagonistas do bicampeonato brasileiro (2013/2014) e do vice-campeonato da Copa do Brasil (2014).

Após um início de 2015 ruim, transferiu-se para o Palmeiras, onde finalmente conquistou a Copa. Demitido após o insucesso na Libertadores, Marcelo recebe, 40 dias depois, a chance de brilhar no clube do coração. A pressão, no entanto, não será menor por isso.

Junto com Marcelo Oliveira, chegam à comissão técnica do Atlético os auxiliares Eduardo (genro do treinador e ex-atleta do Galo) e Tico, braço-direito do comandante desde as categorias de base do alvinegro, além do preparador físico Juvenilson de Souza. Eles assinam contratoaté dezembro de 2017

Linha do tempo

2011
– Conquista o Campeonato Paranaense de forma invicta com o Coritiba (20 vitórias e dois empates);
– Entra para o Guinness Book com 24 vitórias seguidas (o recorde foi revisto e dado ao Ajax de 1971/72, com 26);
– Leva o Coxa ao vice-campeonato da Copa do Brasil;
– Termina o Campeonato Brasileiro na oitava colocação e coloca o clube alviverde na Copa Sul-Americana

2012
– Fatura o bicampeonato estadual com o Coritiba;
– Leva o clube novamente à final da Copa do Brasil;
– É eliminado da Sul-Americana pelo Grêmio na fase nacional do torneio, antes das oitavas de final;
– É demitido do cargo após maus resultados no Brasileiro, deixando o clube na 16ª colocação na 23ª rodada;
– Assume o Vasco e é demitido após dez partidas (duas vitórias, dois empates e seis derrotas consecutivas)

2013
– Estreia no Cruzeiro com vitória sobre o Atlético na reabertura do Mineirão, mas perde o Estadual para o Galo;
– Conduz Raposa ao título mais precoce da Era dos Pontos Corridos, com quatro rodadas de antecedência, além do recorde de vitórias sobre todos os 19 rivais da Série A

2014
– Conquista o Campeonato Mineiro de forma invicta;
– Fatura o bicampeonato nacional, novamente de maneira antecipada, desta vez a duas rodadas do fim;
– Chega à terceira final da Copa do Brasil, mas perde o título outra vez, no clássico contra o Atlético

2015
– Eliminado pelo Atlético nas semifinais do Campeonato Mineiro, completa 11 partidas sem vitórias no clássico;
– Cai diante do River Plate nas quartas de final da Copa Libertadores, com derrota por 3 a 0 em casa;
– É demitido após a quarta rodada do Campeonato Brasileiro, deixando a Raposa na 19ª colocação;
– Assume o Palmeiras e, mesmo com trabalho criticado, finalmente conquista a Copa do Brasil após três vices

2016
– É demitido do Verdão após maus resultados no Campeonato Paulista e na Copa LibertadoresLeo Drummond/Arquivo Hoje em Dia

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