Duas adolescente, de 14 e 16 anos, faziam programas sexuais no local, segundo a corporação
(PRF/Divulgação)
Uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagrada na madrugada desta quarta-feira (14) revelou um cenário de exploração sexual de adolescentes em uma boate situada às margens da BR-381, no município de Carmópolis de Minas. A ação, batizada de "Domiduca", tinha como foco o combate ao crime de exploração sexual infantil.
Conforme a PRF, no início da madrugada, equipes realizaram uma fiscalização em um estabelecimento conhecido na região como ponto de prostituição e venda de bebidas alcoólicas. No local, os policiais se depararam com diversos homens e garotas de programa, dentre as quais foram identificadas adolescentes.
Durante a abordagem, duas menores de idade foram flagradas oferecendo serviços sexuais. Uma delas, com apenas 14 anos, foi encontrada consumindo bebida alcoólica em uma das mesas. Ao perceber a presença da polícia, a adolescente tentou fugir, correndo para fora da boate, mas foi rapidamente interceptada pelos agentes. A outra menor, de 16 anos, confirmou sua idade ao ser solicitada a apresentar seus documentos.
Em depoimento aos policiais, as adolescentes relataram que cobravam R$ 300 e R$ 250, respectivamente, por programa sexual, e que R$ 50 desse valor era retido pelos responsáveis pelo estabelecimento. Ambas afirmaram ter sido trazidas de Belo Horizonte e eram forçadas a permanecer na boate por um período mínimo de uma semana antes de serem autorizadas a sair. As menores também relataram que o consumo de bebidas alcoólicas durante as negociações com os clientes era uma prática comum no local.
Um homem que se apresentou como responsável pelo estabelecimento no momento da fiscalização alegou que os proprietários não estavam presentes.
Diante da constatação do crime de corrupção de menores, o homem recebeu voz de prisão em flagrante. As adolescentes entraram em contato telefônico com seus familiares. O preso e as vítimas foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Judiciária de Campo Belo.
Em nota, a administração da boate informou que as jovens teriam apresentado documentos falsos na chegada ao local e por isso foram aceitas no estabelecimento.
"A Boate é um espaço de entretenimento, onde as garotas vão por vontade própria e não são obrigadas a permanecer no local, na chegada das garotas é exigido pela a administração apresentação de documento que comprove a maior idade das acompanhantes, esses documentos foram apresentados, e já foram anexados ao inquérito policial, as menores portavam documentos falsos, e a administração leiga, não está apta a realizar uma conferência minuciosa para atestar a veracidade de quaisquer documentos, função especifica de um perito. Neste ato, os lesados foram unicamente e exclusivamente os administradores da Boate", diz trecho da nota da boate.