O primeiro-ministro do Iêmen renunciou neste domingo, segundo informações da mídia estatal. O escritório do presidente nega ter recebido qualquer pedido de renúncia, o que aumenta o senso de incerteza no país na sequência de dias de violência que deixaram mais de 140 pessoas mortas e motivou milhares a fugirem de suas casas.
A informação da renúncia de Mohammed Salem Bassindwa foi veiculada pela agência estatal SABA, mas a reportagem não ofereceu mais detalhes. O primeiro-ministro está no poder desde fevereiro de 2012, mas tem sido duramente criticado por não conseguir lidar habilmente com os problemas do país.
As informações conflituosas vêm após militares e oficiais de segurança anunciarem que rebeldes xiitas, conhecidos como Hawthis, invadiram diversas instalações estratégicas na capital, Sanaa. Entre as instalações estão o Ministério da Defesa, o Banco Central, uma importante base militar e a Universidade Iman. Eles também capturaram o prédio da televisão estatal neste domingo.
Mais cedo, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior pediram para que as unidades militares em Sanaa e áreas próximas permaneçam em seus postos. Eles ainda instruíram os militares para que fiquem em alerta e protejam seus armamentos e equipamentos. Já o ministro do Interior, Hussein al-Terb, emitiu um comunicado pedindo para que os policiais na capital cooperarem com os Hawthis para manter a segurança, em uma medida vista como uma tentativa para manter a lei na cidade.
Tradicionalmente, os adversários dos Hawthis têm sido milícias islâmicas aliadas ao governo e o partido fundamentalista Al-Islah. O grupo xiita pressiona por uma mudança de governo, no que dizem ser uma divisão justa de poder. Em muitos casos, oficiais disseram que os rebeldes entregaram instalações capturadas para a polícia militar ou para comitês populares envolvendo Hawthis e moradores locais. Fonte: Associated Press.
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