O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (19) que continuará lutando contra o acordo sobre o programa nuclear do Irã, classificando-o como um "negócio muito ruim" para todos.
"Isso não é bom para a segurança de ninguém", disse Netahyahu no programa Face the Nation, da rede de TV CBS. "Acho muito importante, como primeiro-ministro do único Estado judeu, expor nossos argumentos contra o acordo que, acreditamos, coloca em risco nossa segurança, até mesmo a nossa sobrevivência, e a segurança do Oriente Médio e do mundo", afirmou, ao ser questionado sobre se faria lobby junto ao Congresso norte-americano, que tem 60 dias para avaliar e votar o acordo.
À rede de TV ABC, Netanyahu disse que sua maior preocupação é que o acordo não restringe o comportamento do Irã. Para o primeiro-ministro, um acordo ideal deveria exigir o desmantelamento da infraestrutura nuclear do Irã como condição para o fim das sanções contra o país.
Netanyahu se recusou a comentar sobre a possibilidade de uma ação militar para interromper o programa nuclear iraniano.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o secretário de Energia, Ernest Moniz, defenderam o acordo em talk shows neste domingo. "Nós desconfiamos do Irã, e é por isso que negociamos um acordo que não é baseado em confiança. Tudo que está no acordo se baseia em desempenho que pode ser verificado", disse Kerry no programa Face the Nation.
O acordo prevê que a União Europeia, os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas relaxarão as sanções comerciais, financeiras e de energia assim que o Irã implementar medidas para reduzir seu programa nuclear. O Irã também estará sujeito a um monitoramento abrangente de suas instalações nucleares e terá de permitir acesso mais amplo a suas instalações não-nucleares, por um período de até 25 anos.
Outro ponto criticado do acordo foi o período de 24 dias que o Irã terá antes de autorizar o acesso de inspetores a suas instalações nucleares. "Não há como eles esconderem material ou se livrarem dele em 24 dias", disse Kerry. Fonte: Dow Jones Newswires.