TERESÓPOLIS – O helicóptero levantou voo às 13h56 e logo desapareceu no horizonte da Granja Comary Teresópolis. À bordo, Neymar, grande astro da Seleção Brasileira, que, lesionado, viu despedaçar o sonho de disputar uma semifinal de Copa, após a entrada que recebeu do colombiano Zúñiga, na última sexta-feira, no Castelão, em Fortaleza. O craque, que se despediu ontem dos companheiros de Seleção, vai se recuperar no Guarujá, litoral de São Paulo. A cena da contusão comoveu, assim como a do reencontro com os colegas de time no aeroporto de Fortaleza, quando, aos prantos, ganhou abraços, sentado numa cadeira de rodas. A perda para a equipe será irreparável, pois o atacante do Barcelona não fugiu à responsabilidade do papel de craque e referência do Brasil no torneio. Porém, o duelo contra a Alemanha já acontece na terça-feira, às 17h, em Belo Horizonte. O favorito O técnico Luiz Felipe Scolari precisa definir o substituto de Neymar. Três jogadores aparecem como candidatos imediatos. O favorito a começar entre os 11 titulares, diante dos alemães, no Mineirão, é Willian. Com a escolha do meia do Chelsea, Felipão não alteraria o esquema tático da Seleção. Willian já atua aberto pelas pontas nos Blues, quase como um terceiro atacante, ao lado de Oscar. O entrosamento também pesaria em favor de Willian, principalmente nas inversões de posições com o companheiro de clube no decorrer do duelo. Neste Mundial, ele participou de três partidas, contra Camarões, México e Chile, e não empolgou. De quebra, desperdiçou uma penalidade na decisão com os chilenos, nas oitavas, no Gigante da Pampulha. “Tenho certeza que temos boas peças de reposição. Acredito muito no Willian, que tem praticamente as mesmas características de Neymar e, se for o momento dele, suprirá muito bem essa ausência”, declarou o suspenso capitão Thiago Silva, na zona mista do Castelão, se antecipando ao próprio comandante Scolari. Bernard perde espaço, e Ramires corre por fora Convocado para ser o reserva de Neymar, Bernard seria uma opção mais “conservadora” da comissão técnica para ocupar a vaga do craque. A velocidade e as investidas pelas alas seriam os trunfos do ex-atleticano. Só que Bernard se mostrou tímido nas atividades em Teresópolis, sem a mesma “alegria nas pernas” da Copa as Confederações. O aproveitamento dele em apenas dois confrontos (Croácia e México) diminui suas chances. Além disso, enfrentar a zaga alta e forte da Alemanha seria uma missão complicada para o franzino Bernard. “A gente tem que esperar o que o Felipão vai definir e treinar. Se está numa Copa do Mundo, qualquer atleta pode corresponder à altura”, disse. Outro concorrente é Ramires. A entrada do volante – presente contra Croácia, México, Camarões, Chile e Colômbia – congestionaria o meio de campo e deixaria mais soltos os homens ofensivos. Oscar ficaria centralizado, perto de Hulk e Fred. A escolha também protegeria os defensores e laterais. A formação com três zagueiros, optando por Henrique, é uma possibilidade remota.