(José Cruz/Agência Brasil)
Um grupo de 41 procuradores federais divulgou uma carta aberta à população, nesta sexta-feira (5), fazendo defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Segundo eles, é dever das instituições proteger a democracia e prevenir qualquer retrocesso autoritário.
Sem citar nomes ou qualquer agremiação política, os procuradores fizeram duras críticas a discursos políticos atribuídos ao grupo de apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e afirmaram que a divergência política deve ser exercida com base em valores democráticos e de respeito.
“Afronta o texto constitucional quem usa as eleições como palanque para o discurso de ódio e de intolerância, ou como palco de violência, buscando transformar adversários políticos em inimigos a serem eliminados. Assim também o faz quem incentiva o armamento da sociedade, a desobediência às normas eleitorais e a suspeição infundada sobre a segurança das urnas”, alertaram.
Em um texto com pouco mais de duas páginas, os procuradores federais refutaram qualquer possibilidade do uso de forças militares e classificaram de “levianas” qualquer sugestão ou insinuação neste sentido.
Para os procuradores que assinam a carta, a ditadura militar (1964 a 1985) marcou duas décadas pela exceção legal e a violação de direitos individuais e deve-se agir contra qualquer iniciativa de retomada desse período.
Os procuradores concluem o texto com uma defesa às urnas eletrônicas. “Cabe à sociedade civil e ao poder público combaterem questionamentos infundados à lisura do processo eleitoral, cuja realização em formato eletrônico vem se provando adequada e confiável há mais de 25 anos”, disseram.
Leia Mais