Carta Aberta

Procuradores fazem defesa das urnas e condenam discurso adotado por bolsonaristas

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
05/08/2022 às 15:40.
Atualizado em 05/08/2022 às 16:07
 (José Cruz/Agência Brasil)

(José Cruz/Agência Brasil)

Um grupo de 41 procuradores federais divulgou uma carta aberta à população, nesta sexta-feira (5), fazendo defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Segundo eles, é dever das instituições proteger a democracia e prevenir qualquer retrocesso autoritário.

Sem citar nomes ou qualquer agremiação política, os procuradores fizeram duras críticas a discursos políticos atribuídos ao grupo de apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e afirmaram que a divergência política deve ser exercida com base em valores democráticos e de respeito.

“Afronta o texto constitucional quem usa as eleições como palanque para o discurso de ódio e de intolerância, ou como palco de violência, buscando transformar adversários políticos em inimigos a serem eliminados. Assim também o faz quem incentiva o armamento da sociedade, a desobediência às normas eleitorais e a suspeição infundada sobre a segurança das urnas”, alertaram.

Em um texto com pouco mais de duas páginas, os procuradores federais refutaram qualquer possibilidade do uso de forças militares e classificaram de “levianas” qualquer sugestão ou insinuação neste sentido. 

Para os procuradores que assinam a carta, a ditadura militar (1964 a 1985) marcou duas décadas pela exceção legal e a violação de direitos individuais e deve-se agir contra qualquer iniciativa de retomada desse período.

Os procuradores concluem o texto com uma defesa às urnas eletrônicas. “Cabe à sociedade civil e ao poder público combaterem questionamentos infundados à lisura do processo eleitoral, cuja realização em formato eletrônico vem se provando adequada e confiável há mais de 25 anos”, disseram.

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