QUITO - A procuradoria do Equador pediu pela primeira vez nesta segunda-feira o julgamento de seis generais e quatro coronéis reformados por crimes contra a humanidade cometidos sob o governo do falecido presidente León Febres-Cordero (1984-1988). Em uma audiência pública, o procurador-geral Galo Chiriboga apresentou acusações contra os oficiais por sua suposta responsabilidade em atos de tortura, violência sexual e desaparecimento forçado a que foram submetidos três guerrilheiros do grupo AVC em 1985. Chiriboga pediu que a Justiça ordene a prisão preventiva dos militares, cujas idades oscilam entre os 60 e 80 anos. A procuradoria fez seu pedido apoiada em evidências coletadas pela Comissão da Verdade aberta por iniciativa do governo de Rafael Correa entre 2007 e 2010. Febres-Cordero combateu violentamente a guerrilha urbana de Alfaro Vive Carajo (AVC), uma pequena organização de orientação marxista-leninista que operou nos anos 80 e que se envolveu em assaltos a bancos, sequestros e confrontos com as forças públicas. O grupo foi dizimado militar mente e, em 1991, abandonou a luta armada depois de assinar um acordo de paz.