Produção de cana-de-açúcar em franca expansão

Jornal O Norte
11/04/2007 às 10:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

Até o Norte de Minas está na corrida pelo plantio de cana-de-açúcar para obtenção de etanol. Com vistas ao aumento do álcool na gasolina, os produtores acreditam que vão sair lucrando com a demanda do combustível

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Expansão da cana-de-açúcar no território brasileiro avança segundo dados do IBGE- Instituto brasileiro de geografia e estatística. Só em Minas Gerais, os pecuaristas optaram por aumentar a área plantada de cana por conta de seu valor na balança comercial. Desse modo, o gado tem tido pouco pasto e o que certamente irá acontecer, segundo especialistas, é que os pastos estarão se afunilando e faltará espaço para eles nos próximos anos.

A ABCZ - Associação dos criadores de Zebu, afirma que no Triângulo Mineiro o plantio de cana é o assunto dos produtores; tanto no campo como nas usinas receptoras da matéria-prima.

Conforme noticiou o valor online, a produção de cana é apontada como principal fonte para produção de etanol e já mostra tendência de crescimento no país.

Segundo a terceira estimativa da safra agrícola 2007, realizada mensalmente pelo IBGE, a área plantada com cana deve aumentar 7% apenas em 2007, enquanto a produção deve registrar expansão de 7,9%.

- A cana-de-açúcar deve se tornar a principal fonte de agroenergia e a tendência é o aumento da área plantada – disse o gerente do levantamento sistemático da produção agrícola do IBGE - Neuton Alves Rocha.

Ele observou ainda que a expansão da área de plantio do produto tem ocorrido em áreas de pastagem degradadas. No Estado de São Paulo, ressaltou, parte da área reservada aos laranjais foi substituída pela cana. O IBGE estima que a colheita da cana chegue a 491 milhões de toneladas no país neste ano. O Estado de São Paulo, maior produtor nacional, deve fechar 2007 com uma safra de 280 milhões de toneladas.

Vale lembrar que já existe um conselho de agroenergia que vai fiscalizar o andamento do setor, tudo que diz respeito a cadeia do agronegócio, sendo que serão levados em conta todo o girar do comércio seja da cana-de-açúcar para obtenção do etanol ou do biodiesel.

A diretora executiva da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, de Ribeirão Preto, Mônika Bergamaschi enfatizou na última semana que o biodiesel foi vestido com uma roupagem social, o que é louvável, mas precisa ser também exeqüível. As questões tributária e regulatória, por exemplo, estão muito aquém do que a gente precisa, disse. No caso do etanol não será diferente.

No Projeto Jaíba uma empresa já está plantando cana para produzir o etanol, o que tem chamado a atenção de outros produtores da área C2, chamadas empresariais para esse cultivo. Há em cada área uma média de 40 hectares só de cana-de-açúcar e os produtores acreditam que esse realmente é um bom investimento. Mas voltando a falar sobre o pouco espaço para o gado no Triângulo, a ABCZ também assente para a possibilidade de o Norte de Minas abrigar o gado daquela região, graças ao crescimento exagerado da cana.

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