Produtor atento à biotecnologia

Jornal O Norte
08/01/2008 às 10:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:22

Valéria Esteves


Repórter

Seja na produção de algodão transgênico, bovinocultura, fruticultura, produção de oleaginosas ou quaisquer outros, a biotecnologia tem chamado a atenção dos produtores que vêm nessa maneira de pesquisar uma forma de melhorar sua produção.

No Norte de Minas, a Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais já elaborou projeto, desde o ano passado, que prevê a construção de um laboratório de biotecnologia no centro tecnológico, em Nova Porteirinha. A expectativa é que o homem do campo seja beneficiado com o feito, que deve ter as obras iniciadas ainda neste ano.

Conforme Marco Antônio Viana Leite, chefe da Epamig/Norte de Minas, a perspectiva é que a unidade seja construída, em Montes Claros, dentro das dependências do parque tecnológico do agronegócio. Há uma vontade da diretoria da Empresa em montar uma sede em Montes Claros nos próximos tempos, mas por enquanto nada está decidido, segundo Marco Antônio.

A Epamig requereu da Finep - Financiadora de Estudos e Projetos cerca de R$ 540 mil para toda a Empresa, sendo que desses, R$ 212 mil serão aplicados na construção do laboratório.

O desenvolvimento da cadeia produtiva do agronegócio depende, segundo pesquisadores, da biotecnologia para atender as demandas dos produtores. Nesse intuito, o governo federal acredita nessa nova política que permitirá investimentos de R$ 10 bilhões em biotecnologia no Brasil nos próximos dez anos.

Desse total, 60% viriam de recursos públicos, tanto do orçamento geral da União como do BNDES - banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico e de fundos destinados a investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia. Os 40% restantes viriam de parceiros privados.

Quatro setores receberão investimentos: saúde, agropecuária, indústria e meio ambiente.

- O que o governo fará é identificar a demanda e criar ferramentas para transformar o conhecimento acumulados nas universidades em produção industrial - explicou o secretário de Desenvolvimento Industrial do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Antônio Sérgio Martins Mello.

A biotecnologia está nos planos do governo de Minas Gerais. Um dos projetos estruturadores é o Consórcio de pesquisa do Projeto Jaíba, que tratará pontualmente das pequenas demandas bem como das maiores, e para isso a Epamig quer que o laboratório de biotecnologia sirva para melhorar e criar cultivares resistentes a pragas e encontrar uma solução para as plantas que não suportam tanto tempo de estiagem e de seca. A princípio pensa-se em lançar materiais que se adaptem à região, conclui Marco Antônio.

A cana-de-açúcar também é outro vetor a qual as pesquisas devem trabalhar com afinco na região. Muitos produtores já plantaram dezenas de hectares de cana no Projeto, outro grande avanço segundo os produtores que esperam que as pesquisas ofereçam estratégias de manejo. 

AÇÕES EM FAVOR DA BIOTECNOLOGIA

O governo de Minas Gerais destinará recursos da ordem de R$ 3 milhões para o desenvolvimento da RMBA- Rede Mineira de Biotecnologia para o Agronegócio.

O secretaria de agricultura do Estado explicou que a rede utilizará em seus trabalhos técnicas avançadas de biologia molecular, biologia celular e os conceitos de biossegurança.

- As tecnologias e os produtos gerados darão sustentabilidade e competitividade ao agronegócio estadual no cenário nacional e no internacional – explica.

Uma das linhas prioritárias de pesquisa terá por objetivo identificar, caracterizar e proteger os genes, promotores e proteínas de interesse da agropecuária. As instituições desenvolverão plantas transgênicas, com tolerância a diversos problemas, além de gerar informações científicas sobre a segurança para uso na alimentação humana e animal e sobre possíveis impactos ambientais causados pelos organismos geneticamente modificados. As pesquisas resultarão ainda em kits de diagnóstico molecular para doenças animais e processos de seleção de animais com maior aptidão para produzir leite e resistir a parasitas, bem como vacinas contra as principais doenças de bovinos, suínos e eqüinos.

Com todo esse aparato o homem do campo pode esperar que haverá prospecção de demanda nos próximos tempos.

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