Produtor rural de Patos de Minas traz exemplos que devem ser seguidos

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Só o produtor rural consegue parar o Brasil, diz Décio Bruxel, um dos produtores de mais sucesso no setor agropecuário de Minas Gerais. Como parte da programação do dia do produtor, prosa e lucro foi o que a Triama Norte ofereceu aos produtores empreendedores nesta quinta-feira. A alusão do produtor diz respeito à resposta do presidente Lula sobre a vunerabilidade da economia quando disse que só os empresários parariam o Brasil.

Com base no significado e no crescimento dos números do agronegócio brasileiro, Décio Bruxel, que conseguiu virar a página da agricultura no estado com suas boas plantações de milho, trigo, feijão, e na pecuária com a criação de aproximadamente sete mil bovinos e cinco mil suínos revela que o segredo de seu sucesso se deve à confiança nos seus funcionários.

Ele, que durante a prosa com os presentes disse que o produtor deve estudar as possibilidades de aproveitar o solo e procurar se adaptar a ele com base em análise de solo relatou ainda que todas as pessoas são empreendedoras em sua função, só que algumas com certa velocidade para alcançar a produtividade. Hoje, a receita anual das propriedades desse produtor chega à cerca de R$ 60 milhões. E não para por aí.

Décio Bruxel vem a Moc no dia do produtor falar sobre agronegócios

MINISTÉRIO DO TRABALHO

Tendo 637 empregados, o ministério do Trabalho esteve fazendo uma pesquisa em suas propriedades para saber por que há quase 10 anos não se registravam queixas de trabalhadores, e ele respondeu que acredita ser porque confia nos funcionários e delega poderes a alguns.

- Assim como ambiciono crescer, todos eles também pensam da mesma forma. Desta forma, como recebem comissão, dão o máximo para obterem no final do mês uma quantia significativa - diz.

Seu lema é oferecer ao mercado um produto bom, de qualidade.

- Agradeço às exigências dos japoneses, quanto a deixar o Brasil longe de qualquer gripe, aos europeus, quanto à exigência em relação à qualidade das nossas carnes e das nossas frutas, porque só assim mostraremos ao mundo que nossos produtos podem competir com qualquer mercado, bastando para isso que o governo, em vez de fazer pressão para exportarmos, nos pague pelo o que estão exportando - declara.

A política atual do governo, tanto estadual como federal, é levar mais produtos norte-mineiros para o mercado exterior, tanto que Montes Claros terá em breve um porto seco para facilitar as comercializações. Empresários, agro-empreendedores e produtores querem qualificar a mão-de-obra para serem exportadores fortes como pretende o governo fazer do Projeto Jaíba.

POLÍTICA AGRÍCOLA

Sobre o Jaíba, Décio, que mantém uma propriedade em São Romão, de 978 hectares, elogiou o trabalho da Emater e da Embrapa que tantas pesquisas têm feito com o trigo, milho e café, plantações que cultiva na maioria de seus domínios e que deu a ele nos últimos anos resultados positivos, como bem noticiou a revista Exame em sua edição 753 do ano passado, referente à farta safra de grãos em Patos de Minas, onde mora.

- Falta política agrícola para beneficiar os produtores. O que acontece no Jaíba é um absurdo de dinheiro sendo investido e quase nada de retorno ocorrendo, como previa o real projeto estruturado para fazer negócios com a fruticultura e a agricultura em geral. Todos falam que o Norte de Minas é pobre, mas essa região é rica, sobretudo em água. Tudo bem que precisa de irrigação, mas é possível ter lucros aqui. Em São Romão, mantenho ainda matrizes de gado e acredito nessa região.

Os produtores perguntaram a ele qual a melhor atividade para se ganhar dinheiro.

- Tudo depende de como estão os juros. Se eles baixarem o dólar sobe. Se bem que o Brasil tem avançado nas pesquisas da genética de bovinos e suínos e se conscientizado quanto às questões ambientais, reflorestamento das matas. Ao contrário do que muitos pensam não somos destruidores das matas. Nós, produtores conscientes, conservamos o meio ambiente porque precisamos dele pra viver.

Nessa fala, o produtor deu o seu recado para os produtores que pretendem alcançar o sucesso em suas atividades: que estudem melhor o negócio para inseri-lo nas potencialidades que a região oferece seja em qualquer setor, agrícola, pecuária, reflorestamento. Mas no caso da agricultura, que optem por regiões irrigáveis. Quanto ao reflorestamento, que plantem, por exemplo, eucalipto consorciado com capim.

- Daí é possível vender a madeira e alimentar o gado. E principalmente se ater ao atendimento de mercado.

Durante a prosa e lucro, Décio deu dados da produção de trigo no país que hoje está na casa de 10 a 12 toneladas por ano - o que significa, dependendo do preço a ser comercializada, uma receita de 12 milhões de dólares, sendo que o milho chega até a 40 toneladas por ano.

O prosa e lucro é uma iniciativa da Triama Norte que trará palestrantes toda última quinta-feira do mês para Montes Claros, segundo o diretor executivo da empresa, Gilberto Gualter dos Santos.