Produtores do Jaíba se sentem esperançosos rumo a novos negócios

Jornal O Norte
17/03/2008 às 09:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:27

Valéria Esteves


Repórter

Não fazemos só um trabalho de assistência técnica. A equipe de Bem Estar Social descobriu que o agricultor não entendia só de lavoura. Aos poucos se percebeu que o artesanato ou a feitura de guloseimas era uma das reais atividades que eles sabem fazer com maestria. Seja na Cozinha Sertaneja, onde a agroindústria é presente, assim como na Cooperjaiba- Cooperativa dos produtores do Jaíba, onde são fabricados doces de limão, a Emater tem notado que a culinária está no sangue dessas mulheres produtoras que se agarram nessa atividade para incrementar a renda familiar.




Incentivo da equipe de bem estar social contribui


para soltar a imaginação dos produtores



(foto: DIVULGAÇÃO)

Ainda há que se dizer da vontade de se exportar um produto que nasceu dentro da Cozinha Sertaneja: a banana chips. Sendo uma das guloseimas de maior saída dentro do Jaíba, e até mesmo nas feiras de agricultura familiar, que a Associação de Mulheres Unidas de Mocambinho- AMUM participam, notou-se que esse poderia ser o filão dos negócios. Sobre o assunto, a secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e representantes da AMUM com empresários da área C2 resolveram fazer um estudo de exportação da banana chips para o mercado canadense. Pois é, para quem pensou que o gosto das crianças não contava, nesse caso contou, e para valer. Aliás, o gosto das crianças tem mudado muito a maneira de pensar de vários empresários no ramo alimentício.

Conforme as sócias, a banana chips conquistou o gosto da meninada e provavelmente vai conquistar crianças e adultos de outros lugares; - e porque não começar pelo Canadá.

- Aqui na Cozinha fazemos muitas coisas gostosas, bolos, doces, biscoitos, pães de várias qualidades, mas realmente a banana chips é venda certa de nossos estoques, diz Maria do Socorro Oliveira, presidente da AMUM.

ALIMENTAÇÃO

Outro destaque de suma importância a ser questionado no Jaíba é quanto a alimentação das pessoas. A Emater constatou que no maior projeto de agricultura irrigada da América Latina, há índices de desnutrição. Um descompasso tratando de um lugar onde se produz milhares de toneladas de alimentos. Por tal motivo, educação alimentar também tem sido uma das iniciativas da equipe de Bem Estar Social.

Mas as coisas têm mudado e para melhor. Depois que os produtores passaram a ter seus produtos comprados pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab a garantia de renda é certa. Até mesmo as mulheres da AMUM foram contempladas com o Programa de Compra Simultânea. Elas fabricam pães e entregam para o programa para serem distribuídos em creches, asilos, escolas entre outros. Uma saída interessante, mesmo porque saem ganhando o beneficiado e o beneficiador.

Porém, um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores não é exatamente plantar. Isso, eles aprenderam sozinhos quando nem mesmo existia assistência técnica. O problema, segundo Nery, está justamente fora da porteira das propriedades, a comercialização do produto. Esse por sinal é um dos maiores gargalos enfrentados hoje em vários setores produtivos.

- Nosso trabalho é justamente levar informação que falta para o agricultor em sua vida social e em sua propriedade. Outro grande avanço é que agora o produtor tem consciência que para entrar para o mercado é preciso capacitar sua mão-de-obra, afirma o gerente.

Para Isaac Martins, produtor rural, o trabalho em parceria com empresas de sementes possibilitou que ele pudesse diversificar ainda mais as culturas em sua propriedade.  

- Hoje é possível obter uma renda significativa com os contratos de compra e venda do produto. Nós plantamos, pagamos a água e a energia gastas com a produção das sementes, e a empresa entra no negócio com assistência técnica, insumos e sementes. Com o preço da banana sempre em baixa essa foi uma boa saída pra nós aqui.

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