Produtores rurais realizam debate sobre a mata seca

Jornal O Norte
24/11/2009 às 11:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:17

Nágila Almeida


Colaboração para O NORTE

No próximo dia 30 de novembro, será realizado um grande debate a respeito da Mata Seca, no auditório da Sociedade Rural de Montes Claros, às 10 horas. Serão convidadas todas as lideranças rurais, autoridades políticas nas esferas municipal, estadual e federal, imprensa e toda a comunidade.

De acordo com presidente da Associação Rural de Montes Claros, Alexandre Viana, o Agronegócio, berço da economia do Norte de Minas, cuja tradição data de 100 anos atrás, consolidou o Norte de Minas como a principal região pecuária do Estado. Porém, mesmo tendo o maior rebanho de Minas, sofre com restrições ambientais equivocadas.

- Há seis anos os produtores sofrem com restrições para investimentos em suas terras, provocando desemprego, dívidas e aprofundando o quadro de pobreza e discriminação no Norte de Minas, denuncia Alexandre Viana.

Dezenas de sindicatos rurais e entidades ligadas ao agronegócio apoiam a causa da Mata Seca. - Esperamos que os deputados façam alguma ação concreta em favor de seus eleitores, que estão lutando para trabalhar dignamente, completa.

O debate deve reunir centenas de pessoas ansiosas por respostas sobre o impasse do decreto federal 6.660/08, que insere o bioma da Mata Seca no bioma da Mata Atlântica. Deve-se analisar a legalidade do decreto com base em pareceres das Universidades federais de Viçosa e de Lavras. Os produtores argumentam que a Mata Seca não pode ser enquadrada como Mata Atlântica, como fez o decreto 6.660/08, mas como Caatinga, conforme já está definido no mata dos biomas do Brasil, elaborado pelo IBGE.

Essa interpretação da Lei deve nortear o debate, que levanta ainda as consequências para o futuro da região, como pobreza versus progresso. -A população e autoridades devem ser perguntar se desejam a falência ao desenvolvimento, o desemprego ao trabalho ou a fome ao invés da fartura, provoca Viana.

Gravita em torno de Montes Claros, uma população aproximada de 2 milhões, oriunda das demais cidades que compõem o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, bem como cidades do Sul do Estado da Bahia. Toda esta população se constitui em mercado consumidor potencial dos bens e serviços que são diariamente disponibilizados pela economia local.

O setor agronegócio influencia diretamente na renda de milhares de pessoas dessas cidades. Apesar de a produção agropecuária ter crescido positivamente no país, no Norte de Minas ela sofre baixa de 0,5% ao ano, provocando o fechamento de 250 mil postos de trabalho, a execução bancária das hipotecas dos produtores rurais, um crescente êxito rural e a aplicação de multas florestais.

- O governo deve atentar para o futuro de toda uma geração de norte-mineiros, famílias estão perdendo empreendimentos de décadas em face da questão da Mata Seca. Por isso não devemos deixar que os políticos se acomodem, eles nos devem uma resposta. As eleições estão chegando, também teremos a oportunidade de darmos a nossa resposta nas urnas, frisa Alexandre Viana.

Investimentos, que antes previam um crescimento médio de 5% a.a, com o rebanho específico e de qualidade para exportação, agora estão comprometidos. Além de projetos nas áreas da agroenergia (biodiesel) e agrobiotecnologia animal e vegetal (culturas regionais, bananicultura, viticultura, fruticultura, silvicultura, cotonicultura, fitocultura).

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