Professores da rede estadual de ensino realizaram uma reunião na tarde desta terça-feira (28), na praça da Assembleia, bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de BH, para definir os rumos da greve da categoria.
Segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato, decidindo ao final pela continuidade da greve, iniciada no último dia 7 de março. A categoria participa de uma reunião na próxima segunda (3) com representantes do Governo de Minas e realiza uma nova assembleia na quinta (6) para definir se aceita ou não as propostas. BHTransApós a assembleia, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da capital
Após a assembleia desta terça, os grevistas seguiram em passeata pela avenida Olegário Maciel, passando pela Amazonas, praça Sete, até a praça da Estação. Outro grupo de professores saiu do Colégio Marcone, passando pela rua Paracatu, por vias da região Central, até a praça da Estação. Policiais militares e agentes da BHTrans acompanham a passeata. Motoristas que puderem devem evitar passar pelo local.Câmeras BHTrans/ReproduçãoManifestantes começam a ocupar a Praça Sete
Em greve desde o dia 7 de março, a categoria avalia a negociação com o Governo do Estado a respeito do cumprimento do acordo assinado com os servidores da Educação de Minas, que trata do cumprimento do piso salarial e a nomeação de novos servidores. A categoria também protesta contra a reforma da Previdência.
Segundo Betariz Cerqueira, coordenadora do Sind-Ute/MG, a greve já atingiu todo Estado, com adesão de até 100% em algumas cidades como Caeté e Nova Lima, na Região Metropolitana, Viçosa, na Zona da Mata, Lagoa Formosa e Limeira do Oeste, no Triângulo. Em Belo Horizonte, a adesão é de 65%. "Minas Gerais se levanta cada vez mais forte contra a Reforma da Previdência com movimentação em dezenas, centenas de municípios. Essa é uma das maiores greves que a Rede Estadual já fez e é a nossa maior assembleia em dois anos. O que demonstra uma forte mobilização por esses duas pautas", afirmou.
Leia nota da Secretaria de Educação de Minas Gerais
- A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informa que das 3.654 unidades de ensino da rede estadual, 1.995 registraram a situação sobre a paralisação em Minas Gerais, até as 17h30 do dia 28/03, o que representa 54,6% do total de escolas. São 785 escolas totalmente paralisadas e 1.210 parcialmente.
- Vale destacar que a pauta principal do movimento dos trabalhadores da Educação é a Reforma da Previdência (PEC 287) proposta pelo Governo Federal, como já foi amplamente divulgado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.
- Em relação às pautas específicas na esfera estadual, o Governo de Minas Gerais está em negociação como os representantes dos trabalhadores e reitera que é de fundamental importância a valorização de todas as categorias da Educação. Por isso é importante destacar o esforço em cumprir os itens do Acordo firmado entre o governador Fernando Pimentel e os representantes dos trabalhadores em 2015.
- Desde o início da gestão já foram nomeados 41.051 servidores, sendo que no dia 15/03 foi publicada uma nova lista com 1.500 professores. Também foram publicados 28.911 atos de aposentadoria dos servidores da Educação, outro item do acordo.
- Com relação ao Pagamento do Piso Salarial Nacional Profissional, foi acordado um reajuste de 31,78%, a ser pago até 2018 em três parcelas sob a forma de abono e posteriormente incorporadas ao vencimento básico. Com isso, o vencimento atual pago para Professor com jornada de 24 horas semanais é R$ 1.620,62, acrescido dos dois abonos que já estão sendo pagos, totalizando R$ 1.982,54. Em agosto deste ano, haverá um novo abono, que será incorporado aos vencimentos em julho de 2018. Com essas incorporações, os professores receberão como vencimento R$ 2.135,64. O acordo do Governo Estadual com a categoria é que em julho de 2018 todos os professores, com carga horária de 24 horas semanais, tenham o valor como vencimento correspondente ao piso nacional (estabelecido para carga horária de 40 horas semanais).
- Diante das limitações financeiras e das implicações jurídicas impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Governo de Minas Gerais está avaliando a forma de atingir o novo valor do Piso Nacional, reajustado em 7,64% pelo Ministério da Educação em janeiro de 2017, mas garante o cumprimento do acordo firmado.
- As aulas perdidas em função da greve deverão ser devidamente repostas, em calendário a ser definido por cada escola em conjunto com o seu colegiado, de forma a garantir os dias letivos previstos em resolução.