Categoria se reuniu pela primeira vez na quinta-feira da semana passada
(Reprodução Google Maps)
Está confirmada para esta terça-feira (5) uma nova assembleia com a participação de professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte. A categoria vai se reunir para avaliar, novamente, a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. O movimento é liderado pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas).
De acordo com comunicado enviado aos professores, a manifestação está marcada para às 14h e a assembleia é prevista para ter início às 17h - ambos no entorno da Assembleia Legislativa de Minas, no bairro Santo Agostinho.
Devido à assembleia, várias escolas estão enviando comunicado a pais e responsáveis para garantir que estarão de portas abertas. O Santo Agostinho, por exemplo, cujos professores não deram aulas na semana passada para acompanhar a primeira assembleia, informou que irá manter todas as unidades abertas e que os estudantes "serão acolhidos em seus respectivos turnos", sem informar se haverá aula normal ou outro tipo de atividade.
A rede Colégio Santa Maria Minas, que teve aulas normalmente na quinta-feira, não vai parar as atividades. O Bernoulli enviou comunicado aos pais informando que também haverá aulas nesta terça.
Já o Colégio Nossa Senhora das Dores informou que o horário de funcionamento será alterado para o atendimento aos alunos, em virtude da paralisação da categoria de professores das escolas particulares: os alunos do turno da manhã terão aulas até às 10h30, e quem estuda à tarde irá começar a partir das 14. O dia 5 de setembro não será considerado letivo e haverá reposição (para Educação Infantil em 30 de setembro e para os ensinos Fundamental e Médio em 12 de dezembro).
O que dizem os sindicatos
O Hoje em Dia entrou em contato com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais, mas não teve retorno até o momento da publicação desta matéria.
No site do Sinpro Minas, foi publicada carta endereçada a familiares e estudantes da rede particular justificando a nova paralisação. Confira na íntegra:
Nós, professores de escolas particulares de BH e região, ainda estamos em campanha reivindicatória, em busca de melhores condições de vida e trabalho.
No entanto, desde o início das negociações, em março deste ano, o sindicato patronal vem apresentando propostas que precarizam direitos históricos nossos, entre eles o adicional por tempo de serviço e a isonomia salarial.
Na última proposta apresentada, o patronal propôs até alterar nosso período de férias coletivas, sem levar em consideração nosso tempo de descanso e lazer com nossos familiares. Em relação ao reajuste salarial, o patronal se recusa a oferecer um percentual que reponha minimamente perdas inflacionárias do período recente.
Por isso não temos tido alternativa que não seja a paralisação das atividades profissionais, aliás um direito legítimo, previsto na Constituição e necessário diante de impasses. Queremos denunciar para toda a sociedade a enorme falta de valorização por parte dos empresários do setor educacional, que dizem reconhecer a importância e o valor do nosso trabalho – o que não passa de mera retórica.
Queremos a manutenção das nossas conquistas. Nenhum direito a menos. É muito pedir para que nada seja alterado?
É justo, depois de tanta dedicação e trabalho, que aliás vem se acumulando, sobretudo após a pandemia e com a introdução das novas tecnologias no setor, termos direitos suprimidos e não recebermos nada de ganho real? Não nos parece nada justo.
Buscamos respeito, valorização e condições adequadas de trabalho para podermos exercer bem o ofício que escolhemos, o de partilhar o conhecimento com as novas gerações, que tanto nos motiva.
Sem valorizar os professores e professoras, não haverá qualidade do ensino.
Frente a esse quadro, contamos com o apoio e a solidariedade de todos vocês, pais e estudantes, para que juntos possamos fortalecer a luta em busca de uma educação de qualidade, com respeito e dignidade docente.