Uma ideia na cabeça e uma boa equipe para fazê-la decolar. Basta isso para gerir uma startup, empresa com modelo de negócio inovador, quase sempre ligado à tecnologia digital, com custo de manutenção baixo e capaz de crescer rapidamente, gerando lucros cada vez maiores. E em tempos de crise, um grupo de 5 jovens empreendedores criaram a Talugo, uma plataforma digital de aluguel de itens entre pessoas. “A ideia é uma economia baseada no acesso e não na posse do bem. Queremos desconstruir o entendimento de que você necessita ter o item, porque na verdade você precisa é da experiência que ele te proporciona. Por exemplo, você não tem que ter uma barraca de camping, você precisa é acampar. Então, fazemos com que pessoas que têm uma barraca disponível, possam alugá-la para quem precisa momentaneamente”, explica Paula Moraes, de 21 anos, estudante de administração, que atua no negócio. A empresa opera, por enquanto, apenas em Salvador, mas o objetivo é “escalar” para todo Brasil.
Para encontrar a melhor forma de crescer, o grupo participa do 14º Programa de Aceleração Startup Farm, que começou neste sábado, 17 de outubro, em Belo Horizonte. Ao todo, 14 equipes formadas por empreendedores de Minas, Sergipe, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal integram o programa. Por cinco semanas eles farão uma verdadeira imersão empreendedora, com o objetivo de transformar ideias em negócios validados pelo mercado e com perspectivas de investimento.
“Ajudamos as empresas a crescer e temos o direito a ser investidores. O objetivo é ter vários cases de sucesso, como foi o Easy Taxi, que também passou pelo programa”, conta o CEO da Startup Farm, Alan Leite. Desde que a aceleradora de startups começou a realizar os treinamentos, em 2010, mais cerca de 600 pessoas participaram do programa, de 191 empresas, sendo que 60% delas continuam em operação e mais de R$ 162 milhões já foram captados em investimentos para estes negócios.
Mas não é fácil, por serem inovadoras, o risco desta startups é grande e nem todas alcançam sucesso. “Mas nesse mercado, acreditamos que cada vez que você falha, na verdade você aprendeu”, diz Alan Leite. Não é à toa que 80% das pessoas que já participaram do programa continuam empreendendo de alguma forma.
Apesar das dificuldades, a Neomart acredita que pode ir mais longe com uma ideia bem diferente. O grupo formado pelos profissionais de ciência da computação, Wagner Ribeiro e Renato Freitas, junto com o engenheiro Neo Clair Pincerato, está testando uma startup que pretende realizar compras para as famílias, baseado no lixo que ela produz. “Para adquirir tudo que a família precisa, geralmente é preciso ir a diferentes supermercados e lojas. Queremos facilitar a vida das pessoas. Dessa forma, vamos recolher seu lixo e repor tudo que foi consumido”, conta Wagner. A grande “sacada” da proposta é, além de proporcionar praticidade, é a sustentabilidade. “Garantimos a coleta seletiva de todo lixo recolhido, que poderá ser reciclado”, comenta Renato.
No dia 24 de novembro, terça-feira, as startups selecionadas vão apresentar para o mercado – investidores, especialistas e empresários - o seu modelo de negócio, no chamado Demoday, quando serão escolhidas as startups vencedoras do programa.
Coworking
14º Programa de Aceleração Startup Farm acontece no The Plant, na rua Grão Mogol, no Carmo Sion. O lugar é um espaço de coworking, que além de possibilitar o uso compartilhado do ambiente de trabalho, também proporciona crescimento para os negócios lá instalados. “Estamos nos fortalecendo como uma plataforma de propulsão de pessoas, ideias e negócios”, afirma o coordenador do espaço, João Marinheiro.