Projeto Jaíba cresce a passos largos, apesar dos altos e baixos

Jornal O Norte
30/05/2008 às 17:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:34

Valéria Esteves


Repórter

Apesar do crescimento expansivo, ainda há muito o que se resolver no Projeto Jaíba. Quanto ao assunto produção de oleaginosas nenhum produtor ou quase nenhum sabe explicar ao menos como funciona a cadeia produtiva. O que não é de todo novidade tendo em vista, que outros agricultores de outros municípios também não sabem. O fato é que, o que vai bem no momento nesse perímetro irrigado são os investimentos que as indústrias como a Pomar Brasil, Sada Bioenergética, Iba biocombustíveis e as multinacionais de sementes de hortaliça entre outros têm feito. Os pequenos produtores vale lembrar, aqueles que produzem limão, também tem encontrado felicidade ao fornecer o fruto para a associação de produtores de limão, isso porque vários containeres têm seguido para a Europa. O produto é pago em outra moeda com maior peso comercial, conforme os produtores.

O lado bom é que em meio há tantas críticas feitas ao Brasil quanto a possível crise dos alimentos provocada pela diminuição da área plantada de alimentos, o Jaíba se desponta como uma das salvadoras da pátria quanto à produção intensiva de alimentos.

Mas há outro destaque de suma importância a ser questionado no Jaíba é quanto à alimentação das pessoas. A Emater constatou que no maior projeto de agricultura irrigada da América Latina, há índices de desnutrição. Um descompasso tratando de um lugar onde se produz milhares de toneladas de alimentos. Por tal motivo, educação alimentar também tem sido uma das iniciativas da equipe de Bem Estar Social.

Mas as coisas têm mudado e para melhor. Depois que os produtores passaram a ter seus produtos comprados pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab a garantia de renda é certa. Até mesmo as mulheres da AMUM foram contempladas com o Programa de Compra Simultânea. Elas fabricam pães e entregam para o programa para serem distribuídos em creches, asilos, escolas, entre outros. Uma saída interessante, mesmo porque saem ganhando o beneficiado e o beneficiador.

Porém, um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores não é exatamente plantar. Isso, eles aprenderam sozinhos quando nem mesmo existia assistência técnica. O problema, segundo a Emater, está justamente fora da porteira das propriedades, a comercialização do produto. Esse por sinal é um dos maiores gargalos enfrentados hoje em vários setores produtivos.

- Nosso trabalho é justamente levar informação que falta para o agricultor em sua vida social e em sua propriedade. Outro grande avanço é que agora o produtor tem consciência que para entrar para o mercado é preciso capacitar sua mão-de-obra, afirma a Emater.

Para Isaac Martins, produtor rural, o trabalho em parceria com empresas de sementes possibilitou que ele pudesse diversificar ainda mais as culturas em sua propriedade.  

- Hoje é possível obter uma renda significativa com os contratos de compra e venda do produto. Nós plantamos, pagamos a água e a energia gastas com a produção das sementes, e a empresa entra no negócio com assistência técnica, insumos e sementes. Com o preço da banana sempre em baixa essa foi uma boa saída pra nós aqui - conclui.

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