Valéria Esteves
Repórter
valeria@onorte.net
Projeto Jaíba recupera suas estradas depois de mais de 20 anos sem manutenção. De acordo com a Codevasf - Companhia de desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, empresários e colonos proprietários de áreas irrigadas, que reclamavam das péssimas condições de tráfego no perímetro, nem acreditam no verdadeiro tapete em que estão se transformando as estradas que interligam os mais diversos pontos do projeto.
Até o dia 15 de novembro a empreiteira contratada pela Codevasf para a realização das obras deve concluir os serviços, que custarão mais de R$ 1,690 milhão, ao governo federal.
O superintendente Anderson Chaves diz que é, sem dúvida, um dinheiro bem gasto, pois o Jaíba, a maior área de agricultura irrigada desenvolvida pela companhia em todo o vale do São Francisco, que abriga hoje mais de 1.500 produtores, entre colonos e médios empresários, não merecia continuar convivendo com as dificuldades de trânsito existentes, mercê das péssimas condições das estradas. Isto, inclusive, vinha causando sérios prejuízos aos produtores, pois encarecia a comercialização dos produtos.
DURABILIDADE
Conforme informações da assessoria de imprensa, em setembro, o diretor de produção da Codevasf, Herbert Drumond visitou o Jaíba e ficou impressionado com a boa qualidade dos serviços realizados nas estradas vicinais do perímetro. Elogiou a equipe técnica da 1ª SR responsável pela fiscalização das obras, bem como o trabalho da empreiteira, a EPT.
Segundo o engenheiro Cleber Camargo, fiscal da obra, os serviços que estão sendo realizados são apenas de revestimento primário e somente quando começar o período chuvoso, normalmente se inicia em novembro no Norte de Minas, é que se terá uma idéia melhor de sua durabilidade. Mas ele acredita que suportarão bem as chuvas, pois estão sendo muito bem feitos.
Os serviços de recuperação das estradas no Jaíba começaram
ainda em 2004, no final de dezembro. Pelo contrato assinado, sua conclusão deverá ocorrer até 15 de novembro.
No final de agosto, já se encontravam recuperados 240 quilômetros de estradas, ou 78% do total do contrato, que prevê a recuperação de 306 quilômetros. Pelo último relatório da equipe de fiscalização, já foram concluídos os revestimentos primários nas glebas A, B e F. Já estão prontos também todos os aterros sobre os cinco bueiros previstos.
PRINCIPAL VIA
Atualmente, encontra-se em execução o revestimento primário da Gleba C2. A principal via de acesso do projeto, a E1/C2, que margeia o canal principal, já está totalmente concluída e em ótimas condições de tráfego.
O engenheiro Cleber Camargo, da 1ª Superintendência regional afirma que não haverá atraso na conclusão das obras, pois a empreiteira está trabalhando com um número considerável de equipamentos: duas motoniveladoras, um trator de esteira, uma escavadeira hidráulica, uma carregadeira, três caminhões pipas, dois rolos compactadores e 15 caminhões com capacidade de carga variando de 7 a 15 metros cúbicos.
Ele acrescenta que dos 78.807 metros cúbicos de cascalho previstos no contrato, já foram aplicados até agora 62.119,11.
O valor total do contrato com a EPT é de R$1.698,761,38, dos quais
já foram faturados até agosto um montante de R$1.310.538,17. Cleber Camargo informa ainda que é possível haver mesmo uma antecipação do final da obra, pelo ritmo que a empreiteira vem desenvolvendo, evitando assim que o período chuvoso atrapalhe o término dos serviços.
PROMESSA CUMPRIDA
Com a recuperação das estradas, a Codevasf cumpre uma das promessas feitas pelo ministro Ciro Gomes quando de sua visita ao Projeto Jaíba, no último mês de março. Uma das principais reivindicações dos produtores, naquele dia, foi o conserto das estradas, que estavam quase intransitáveis. O ministro prometeu que até o final do ano todas as estradas estariam recuperadas. Vão estar, antes do final do ano.
E boas estradas são mesmo imprescindíveis no Projeto Jaíba, que somente no primeiro semestre deste ano já produziu 33.543 toneladas de alimentos.
Só de banana, colheu mais de 20 mil toneladas. Sem estradas, como escoar a produção? Este problema, os produtores não terão mais a partir de agora.
A companhia lembra que ainda neste ano estarão sendo assentados no projeto mais 450 novos pequenos irrigantes, que irão se somar aos 1.363 já existentes. Isto, somado aos quase 200 médios empresários. É muita gente para produzir e para transitar pelos mais
de 300 quilômetros de estradas do perímetro, pois além dos irrigantes, trabalham ainda na área quase cinco mil pessoas, empregos diretos afirma Anderson. Sem falar nos técnicos da Emater, da Ruralminas, fornecedores e compradores dos produtos, e milhares de crianças que estudam no próprio local, além de dezenas de visitantes que todos os dias vão conhecer aquela que é considerada a maior área contínua irrigada do país.
- O Projeto Jaíba é uma vitrine dos trabalhos da companhia em Minas Gerais. Está sempre no foco da grande imprensa. Além disso, está se transformando em uma grande cidade, que abriga milhares de pessoas. E tanta gente tem que ter vias de acesso em boas condições para transitar - conclui o superintendente.