Projeto Pomar Brasil já é realidade no Vale de Jaíba

Jornal O Norte
09/09/2009 às 10:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:10

Janaína Gonçalves


Repórter

A Pomar Brasil Agroindustrial Ltda. é uma empresa privada que trabalha com o processamento de frutas, e está localizada em um dos maiores projetos de irrigação do Vale do Rio São Francisco, que integra e complementa esse projeto na medida em que representa um polo de demanda firme para a produção da fruticultura da região.

De acordo com o gerente da empresa, Antônio José Tomaz,  a empresa é uma iniciativa privada que conta hoje com o apoio do Pronaf- Programa nacional de fortalecimento da agricultura, da Conab - Companhia nacional de abastecimento, e tem incentivo da Emater e de bancos que atendem os produtores rurais com financiamento para o plantio.

Para Antônio, as condições climáticas e a infraestrutura de irrigação já implantada na área criam uma condição de oferta de frutas tropicais praticamente o ano todo:

- Isto diferencia nosso empreendimento da maior parte dos seus concorrentes, tendo em vista que, em função da complementaridade da sazonalidade da produção das frutas na região, são evitados os períodos ociosos para a planta industrial, o que permite, pela mesma razão, a geração de renda a seus parceiros fornecedores de matérias primas durante todo o ano.

Para isso, a empresa conta com uma área de 2.500 hectares irrigados para o cultivo de abacaxi, mamão, maracujá, goiaba, com 330 funcionários; e mais 2.000 hectares em processo de irrigação. Além disso, os produtos são compostos por purês, sucos concentrados e sucos integrais de frutas tropicais, que apresentam, que são congelados assepticamente em embalagens de 200 litros.

A intenção é que a unidade alcance uma ocupação econômica de aproximadamente 4.000 ha de áreas destinadas ao cultivo de frutas demandadas pelo empreendimento, o que ainda é relativamente pouco.

- Projetado para abranger uma área acima de 80.000 ha, mas se reveste da maior importância, pela sua capacidade de absorção de mão de obra direta e geração de renda compartilhada. Desses 4.000 ha, aproximadamente 2.400 ha serão explorados diretamente pela Pomar Brasil, em áreas já adquiridas ou a adquirir, em especial as obtidas através de processo público de adjudicação efetuado pela Codevasf - explica.

O gerente salienta ainda que o plano de negócios proposto prevê a produção própria de 100% da demanda prevista de abacaxi (1.300 ha no 4º ano) e de cerca de 40% da demanda prevista de goiaba (400 ha no 4º ano), e um relativamente pequeno plantio de maracujá, (100 ha), associado a um programa de integração com os pequenos produtores locais, buscando alcançar, em 4 anos, uma área aproximada de 700 ha de culturas voltadas para a produção dessa fruta.

Para a estudante de agronomia que acompanha o projeto de perto, Maira Soares Ramos, a oportunidade de conhecer na prática como funciona, desse o cultivo do solo até a industrialização do produto, é enriquecedor.

De acordo com o gerente de programa de integração Marcelino Souza, o mercado é que define o câmbio de melhor condicionamento interno e externo para a produção:

- Já são três anos de experiência e, desde a implantação, já podemos somar os resultados, bem como a produtividade de 30 a 40 toneladas de maracujá, 50 hectares de abacaxi, e está em processo alcançar 700 toneladas de produção de goiaba.

Para o suprimento de manga, o plano de negócios prevê a aquisição, durante a safra, dos excedentes de produção na região, hoje com cerca de 6.000 ha plantados, cuja produção apresenta um altíssimo índice de desperdício, em função de problemas nos mecanismos de comercialização.

A operação do empreendimento implicará na criação de aproximadamente 120 empregos diretos na planta industrial, e em torno de 4.000 na produção agrícola, seja na produção própria ou em terceiros consorciados, com importantes reflexos em toda a economia regional.

A planta industrial do Pomar Brasil agroindustrial terá suas obras civis e instalações executadas de forma a atender aos mais rigorosos padrões de qualidade exigidos pelo segmento alimentício, da mesma forma que seus equipamentos de produção, utilidades e padrões de processo, voltados ao atendimento da vocação exportadora do empreendimento.

Ele explica que o produtor rural tem um faturamento mensal considerável com a produção de frutas.

- Temos um faturamento que gira em torno de 2 a 3 salários. O mercado a que se destinam os produtos encontra-se em franca expansão, tanto a nível interno quanto externo, e particularmente quanto a exportação, a força da marca Brasil associada a produtos alimentícios de qualidade representará um impulso adicional para a viabilização das projeções de viabilidade. Internamente buscaremos o aproveitamento das vocações regionais e das vantagens inerentes da região para a produção de frutas e através da introdução de modernas tecnologias, e com foco na obtenção de altas produtividades tanto nos cultivos próprios quanto nos terceirizados - diz.

Essas ações, aliadas ao aproveitamento dos benefícios que uma industria desta natureza representa para a organização da produção, complementarão as lacunas no processo econômico que se verificam no atual momento, trazendo uma nova realidade ao projeto Jaíba.

Neste sentido, é intenção do grupo empreendedor ser um parceiro ativo e efetivo junto aos demais agentes presentes no cenário econômico da região, notadamente os órgãos públicos de assistência técnica, de desenvolvimento tecnológico, de fomento e de financiamento, buscando otimizar e desenvolver a economia regional.

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