Projetos de inclusão social desenvolvidos nas favelas são apresentados no Fórum Nacional

Akemi Nitahara - Agência Brasil
19/09/2013 às 19:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:35

RIO DE JANEIRO– Representantes de sete comunidades pacificadas apresentaram nesta quarta-feira (19) projetos de inclusão social e econômica nas favelas. A apresentação ocorreu durante os debates da sessão especial do Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro da capital fluminense.

Leonardo Lima, da comunidade do Jacarezinho, mostrou um projeto que retrata a história da comunidade localizada na zona norte da cidade. “A ideia que a gente vai apresentar hoje é o projeto chamado Nosso Talento, que tem uma proposta de resgate de memória e valorização da história do Jacarezinho, pautado em quatro questões: a fotografia, produção de audiovisual, construção de um estúdio de iconografia e a exibição e a construção de um projeto de marcenaria e artesanato voltados para a questão da memória local”, disse.

O representante do Complexo do Alemão, Robson Borges, da Cooperativa de Reciclagem Eu Quero Liberdade, apresentou um projeto de coleta seletiva com inclusão social. “O diferencial do projeto, além de preservar os recursos naturais e destinar os resíduos de maneira legal, é poder fazer a logística reversa do ser humano. Criar um caminho alternativo de reintegração social de diferentes categorias que existem em diferentes comunidades, como egresso do sistema penal, deficiente físico, população em situação de rua, dependente químico”, declarou.

Para o presidente da Federação de Associações de Favela do Estado do Rio (Faferj), Rocino Diniz, o fato das favelas estarem sendo ouvidas dentro do BNDES é um grande avanço. “A gente vem há cinco anos lutando dentro deste fórum que tenha um painel das favelas. Hoje chegamos a um ponto de discutir os projetos sociais, de as favelas apresentarem os projetos sociais e o BNDES analisar se há possibilidade de custear esses projetos”, disse.

A coordenadora do projeto Favela como Oportunidade, Marília Partuk, explicou que os projetos apresentados foram propostos pelos próprios moradores e vem sendo discutidos desde 2010. A ideia é que eles sirvam de referência para serem levados a outras comunidades. “A gente está tentando fazer desses projetos, projetos inovadores, tentando uma experiência de trabalhar de forma coletiva para disseminar em outras comunidades, sempre considerando as especificidades. A ideia é que seja um projeto de desenvolvimento local, integrado, intersetorial, estruturante”, ressaltou.

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