(Frederico Haikal/Hoje em Dia)
O sonho de se tornar um piloto de Fórmula 1 está cada vez mais ao alcance do belo-horizontino Sérgio Sette Câmara. Aos 16 anos, Serginho disputará a próxima temporada da Fórmula 3 Europeia, uma das principais portas de entrada para a principal categoria de automobilismo mundial. “É muito legal e prazeroso poder dar mais esse passo em direção ao meu maior desejo, que é a Fórmula 1. O meu maior prazer é poder correr cada vez em um nível mais difícil. E no ano que vem não será diferente, vou para uma categoria que já pode dar acesso à Formula 1 e espero aprender bastante para conseguir no futuro realizar o meu sonho”, diz o piloto. Reconhecido como uma das principais promessas do automobilismo brasileiro, Sette Câmara passou a última temporada intercalando importantes competições de kart na Europa, onde mora, com a F3 Brasil, e chegou a disputar uma etapa da Fórmula 3 Europeia. Poliglota, Serginho fala quatro línguas fluentemente. Mesmo assim ele sofreu em sua chegada à Europa. “É uma história até engraçada, cheguei na Europa achando que com inglês e espanhol já seria suficiente para me comunicar. O problema é que praticamente todos os mecânicos são italianos, então tive que aprender a língua deles para me comunicar”, lembra o piloto. Em sua preparação para o desafio, Serginho tem treinado em Goiânia, onde usa o carro que disputou a temporada nacional de F-3, neste ano. “Estou andando o máximo que posso de F-3 para aumentar minha quilometragem. Sou muito novo e preciso correr o máximo que posso para me acostumar com o carro”, comenta. Exemplo O grande exemplo para Serginho é o holandês Max Verstappen, que neste ano disputou a F-3 e no próximo será piloto da Toro Rosso na Fórmula 1. “Eu sei que isso não acontece todo ano, é raro um piloto saltar da F-3 para a F-1, mas também não é impossível. Normalmente é preciso passar pela GP 2 para depois receber uma chance na Fórmula 1”, avalia Sérgio Sette Câmra. ENTREVISTA Sérgio Sette Câmara “Saímos do buraco. Há pilotos brasileiros em quase todas as categorias” O que diferencia as competições europeias das brasileiras? A qualidade é praticamente a mesma, mas o que mais diferencia é a quantidade de pilotos com chance de vitória. Aqui no Brasil, normalmente apenas sete pilotos entram na brigar pelo título, lá são no mínimo 20. Com isso, um errinho no treino te coloca lá atrás no grid e complica toda a prova. Como avalia o momento do automobilismo brasileiro? Já saímos do buraco. Há alguns, anos não tínhamos quase nenhum piloto nas principais competições de base, e isso era realmente preocupante. Mas isso passou e em praticamente todas as categorias de formação há um piloto brasileiros. Na Fórmula 1, que ainda preocupa, pois só temos o Felipe Massa, em 2015 o Felipe Nars vai correr pela Sauber. Qual a maior dificuldade que vai enfrentar na F-3? Pode parecer besteira, mas os pneus usados la são bem mais duros que os daqui. Além disso, as pistas aqui tem um grip que não se encontra por lá, principalmente na chuva.